É falso que vacinas reduzam a expectativa de vida como afirma teoria conspiratória
Várias ideias distorcidas de ex-diretor de uma companhia farmacêutica circulam nas redes sociais
Circula no WhatsApp trechos de falas que seriam do ex-vice-presidente da Pfizer, Mike Yeadon. O conteúdo diz que 0,8% das pessoas imunizadas com a primeira dose da vacina morreriam em duas semanas e que sobreviventes teriam expectativa de vida de apenas dois anos. As informações são falsas. Yeadon é um conhecido negacionista da pandemia e da eficácia das vacinas, mas nunca afirmou o que está no texto.
Em mais uma tentativa de colocar em dúvida a eficácia das vacinas contra a Covid-19 e negar os perigos - óbvios - da pandemia, o novo material divulgado alardeia que a imunização provocaria mortes. “É tarde demais para salvar alguém que foi injetado com qualquer vacina Covid-19. Imediatamente após receber a primeira injeção, cerca de 0,8% das pessoas morrem em duas semanas. Os sobreviventes têm uma expectativa de vida média de 2 anos, mas a expectativa de vida diminui com cada injeção de reforço. Vacinas complementares estão sendo desenvolvidas para causar a degradação de órgãos específicos, como coração, pulmão e cérebro”, diz a mensagem conspiratória.
O link que acompanha o texto apresenta uma matéria, em inglês, com teorias do ex-executivo da farmacêutica Pfizer, Mike Yeadon. Na matéria não há qualquer menção à redução da expectativa de vida ou à degradação de órgãos internos, como diz a mensagem em português. Portanto, não se trata de uma tradução do texto presente no link, mas de uma nova camada de desinformação acrescentada já no Brasil.
Por outro lado, o texto em inglês também repercute ideias falsas e conspiratórias de Yeadon a respeito da vacinação contra a Covid-19 e da própria pandemia, como afirmar que doses de reforço não são necessárias ou que as máscaras não protegem. No Brasil, as informações falsas já foram desmentidas pela editoria Checamos da AFP, Estadão Verifica, Agência Lupa e Boatos.org.
A vacinação no Brasil teve início no dia 17 de janeiro e 27,5 milhões de brasileiros já receberam ao menos uma dose do imunizante até essa quarta-feira (21), segundo levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. Não existe nenhum registro de morte que tenha ligação direta com as vacinas contra a Covid-19, ao contrário, vários estados já sentiram a redução da taxa de internações e mortes de idosos após o início da imunização, inclusive Alagoas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já orientou que há possibilidade da imunização provocar efeitos colaterais, mas que são passageiros. “Algumas pessoas podem sentir efeitos colaterais leves, como dor no local da injeção, dores musculares ou febre, mas eles passam rapidamente. Esses efeitos colaterais são resultado da resposta do seu sistema imunológico à vacina; eles não significam que você está com Covid-19”, esclareceu.
A OMS também explicou que, até chegar à população, as vacinas passam por testes e ressalta a eficácia. “A segurança das vacinas é sempre a prioridade máxima e isso não é diferente no caso das vacinas contra a Covid-19. Todas elas passam por várias fases de ensaios clínicos antes de serem aprovadas para uso na população. As vacinas contra a Covid-19 forneceram informações sobre a sua eficácia em prevenir a doença e as agências reguladoras nacionais analisaram esses dados antes de autorizá-las”, pontuou a organização internacional.
Alagoas Sem Fake
Com foco no combate à desinformação, a editoria Alagoas Sem Fake verifica, todos os dias, mensagens e conteúdos compartilhados, principalmente em redes sociais, sobre assuntos relacionados ao novo coronavírus em Alagoas. O cidadão poderá enviar mensagens, vídeos ou áudios a serem checados por meio do WhatsApp, no número: (82) 98161-5890.
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