O senador Renan Calheiros (MDB) anunciou nesta quarta-feira (18), que o deputado federal Ricardo Barros, líder do Progressistas na Câmara Federal, passou a condição de investigado na CPI da Covid. O parlamentar é acusado de atuar para que a compra de vacinas contra a Covid-19 pelo Governo Federal fosse feita através de “atravessadores”.

Os indícios foram apresentados pelos senadores que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito. De acordo com o relator da CPI, a Comissão possui provas de que o acusado “tem participação em uma rede criminosa que tentava vender vacinas através de atravessadores, comprometendo setores da própria família, e fazendo com que o país perdesse a oportunidade de comprar vacina na hora certa", disse Calheiros.

Renan Calheiros justificou a decisão da CPI ao revelar os indícios que colocam Ricardo Barros como investigado. "Tendo em vista veementes indícios de cometimento de crimes, atos danosos ao patrimônio público e atos de improbidade administrativa, decido atribuir a Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, a condição de investigado pela CPI", pontuou.

Ricardo Barros decidiu responder o posicionamento de Calheiros através das redes sociais. "A CPI interrompe o meu depoimento, anuncia que sou investigado e que não pretende mais me ouvir. Não suportam a verdade e usam táticas covardes de vazamento. Minha conduta parlamentar é exemplar. Nada encontrarão. Agora, meus advogados conduzirão o relacionamento com a CPI", escreveu.

Na semana passada, o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (Progressistas), pediu que o depoimento de Ricardo Barros passasse de convocação para convite. O pedido foi atendido pela cúpula da CPI. Barros nega envolvimento no esquema de corrupção.

O posicionamento de Calheiros contra o aliado de Arthur Lira pode provocar uma reação do presidente da Câmara, que pode refletir em Alagoas, estado onde senador e deputado são adversários políticos.