É falso que hospital tenha recomendado aspirina em caso de ataque cardíaco
Cardiologista alerta que automedicação com aspirina pode agravar quadro de saúde

Circula nas redes sociais uma imagem atribuída ao Hospital Santa Maria, de Portugal, com a orientação de que as pessoas deveriam ingerir aspirina caso acreditassem estar tendo um ataque cardíaco. A mensagem é falsa. Nem o comunicado foi emitido pelo hospital nem a automedicação é recomendada, por oferecer riscos à saúde.
O conteúdo é uma imagem de captura de tela de um recado escrito em um software de texto. “Pode não sentir nunca uma primeira dor no peito durante um ataque cardíaco. 60% das pessoas que tiveram um ataque cardíaco enquanto dormiam já não se levantaram. Porém, a dor no peito pode acordá-lo dum sono profundo”, afirma o texto. Na sequência ele detalha como deve ser feito o uso da aspirina até que se tenha um atendimento médico.
A mensagem acrescenta que após a automedicação deve-se ligar para o número 112 que seria da emergência. O conteúdo tem origem portuguesa, já que esse número de emergência é o padrão europeu e não é utilizado no Brasil. O atendimento emergencial no Brasil, inclusive em casos de suspeita de ataque cardíaco, deve ser solicitado pelo número 192 do Samu.
O fato da imagem não apresentar a marca oficial do hospital, não informar onde estaria localizada a unidade e utilizar expressões vagas, como “um cardiologista afirmou” são características comuns a mensagens falsas. O texto não identifica o profissional que teria repassado a informação e tem um tom alarmista.
A cardiologista Eveline Tenório, que atende no Hospital do Coração de Alagoas, alerta que o primeiro ponto que merece atenção é a automedicação, que é o objetivo do conteúdo falso. “A automedicação nunca deve ser utilizada. Um paciente com sintomas de ataque cardíaco, como dor no peito e um mal estar, deve procurar a emergência imediatamente para que seja feito um diagnóstico e tratamento correto. É importante saber também que o ataque pode realmente ter causa cardíaca, como infarto, mas o paciente pode perder os sentidos por outros fatores”, explica.
Com a automedicação, acrescenta a médica, o quadro de saúde pode se agravar. “Se o paciente se sentiu mal devido a uma dissecção de aorta, por exemplo, e tomar aspirina, isso vai propiciar o aparecimento de maior sangramento e correr risco de morte. Em caso de um acidente vascular cerebral (AVC) de causa hemorrágica, o risco de sangramento e morte aumenta com o uso de aspirina”, alerta a Dra. Eveline.
Ao site Observador, com redação em Lisboa e que realizou a checagem da imagem em 2019, o Hospital Santa Maria informou que a mensagem já circulava há anos e que não foi divulgada pela unidade hospitalar.
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