Mesmo em liberdade, Talvane Albuquerque não pode voltar a disputar eleições
Especialista em Direito Eleitoral explica os motivos que impedem o condenado de se candidatar a algum cargo eletivo

Após 09 anos preso sob a acusação de ser o autor intelectual do assassinato da deputada federal Ceci Cunha, o ex-deputado federal Talvane Albuquerque está impossibilitado de participar de eleições até o cumprimento da sentença. Ele foi condenado a cumprir 103 anos e 4 meses de prisão, mas a pena foi reduzida em maio deste ano para pouco mais de 92 anos e 9 meses, após decisão da Sexta Turma do Supremo Tribunal de Justiça.
Um advogado especialista em Direito Eleitoral consultado explicou que, “de acordo com a Lei Complementar 64/90, em seu artigo primeiro, inciso primeiro, diz que aqueles que forem condenados por decisão em transitado em julgado proferida por órgão judicial colegiado desde a condenação até o transcurso de prazo de oito anos após o cumprimento da pena, pelos crimes citados, entre eles, crimes contra a vida. Então, a inelegibilidade recairia até o cumprimento geral da pena. O que não é o caso da situação”. O jurista optou por ter o nome preservado.
Ou seja: mesmo em regime semiaberto, Talvane Albuquerque ainda tem mais de 92 anos de pena, e teria que aguardar mais 8 anos na condição de inelegível para poder voltar a participar de uma eleição. Para ele poder participar de um processo eleitoral teria que aguardar 100 anos.
Caso pudesse ser candidato, a vida política de Talvane Albuquerque não seria fácil. Além das onze medidas estabelecidas pela Justiça para o regime semiaberto, o ex-parlamentar ainda teria de enfrentar a revolta do filho da vítima e agora Senador, Rodrigo Cunha (PSDB). Ele é o presidente estadual do PSDB, e já deixou claro que não está conformado com a soltura do condenado. “O criminoso Talvane Albuquerque, condenado a mais de 103 anos de prisão, está solto. Como pode??? Eu e minha família repudiamos esta soltura e não temos palavras capazes de expressar nosso lamento e nossa agonia", escreveu em nota à imprensa.
Como líder de uma das três maiores forças políticas do Estado, Rodrigo Cunha certamente iria dificultar o processo de filiação de Albuquerque em alguma sigla partidária.
Se houvesse a possibilidade de participar de algum pleito, Albuquerque poderia usar o processo eleitoral para se defender do processo ao qual foi condenado por assassinado. “Ele poderia usar o discurso de que foi vítima de uma armação política”, avalia um analista político consultado pela reportagem e que pediu para não ser identificado.
Por outro lado, ele também poderia enfrentar manifestações organizadas por familiares da vítima. “Certamente, vão as ruas protestar contra a soltura do acusado. Caso entre em campanha, o tom pode engrossar e o crime poderá ser relembrado constantemente”, opinou.
Porém, a maior dificuldade de Talvane Albuquerque seria encontrar um partido para se filiar. Ele já foi membro do PP, PFL e PTN. No Progressistas, do deputado federal Arthur Lira, a possibilidade de ele ser aceito como filiado era praticamente zero, por conta da aproximação do presidente da Câmara Federal com Rodrigo Cunha.
Já o PFL, que agora é DEMOCRATAS, está em processo de fusão com o PSL, que está sob o comando do ex-deputado Tomaz Nonô e do presidente da ALE, deputado Marcelo Victor. O PTN, que se transformou em PODEMOS, estava nas mãos do ex-prefeito Rui Palmeira, mas também pode rezar na cartilha de Victor. Ambos os partidos tem aproximação com o senador que é filho da vítima.
Últimas notícias

Questionado sobre jogos, Rico Melquiades cita uso de Bolsa Família para cachaça

Divaldo Franco, um dos principais líderes espíritas do Brasil, morre aos 98 anos

Corpo de Bombeiros inicia negociação com os Correios para envio da Taxa de Bombeiros

Gerente demitido após crítica de padre Fábio de Melo: 'País te massacrando'

Caso Rhavy Abraão: padrasto suspeito de matar criança tem passagem pela polícia

Projeto de Cibele Moura que cria programa de moradia a mulheres de baixa renda é aprovado
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
