Mulheres quilombolas realizam sonho de “mergulhar no azul piscina, no mar de Pajuçara...”
O encontro faz parte do projeto Ébá Ókun
“Mergulhar no azul piscina, no mar de Pajuçara, deixar o sol bater no meu rosto, ai que gosto me dá...”. A sensação descrita na música “Minha sereia”, de Carlos Moura, será finalmente conhecida nesta quarta-feira (15), por um grupo de 40 mulheres quilombolas do sertão alagoano.
O encontro faz parte do projeto Ébá Ókun – O sertão vai ver o mar, idealizado pelo Instituto Raízes de Áfricas, com o apoio da deputada estadual Jó Pereira, da Pefeitura de Maceió, Prefeitura de Carneiros e do Governo de Alagoas.
Antes do mergulho, as integrantes do Quilombo Lagoa do Algodão, localizado no município de Carneiros, participam de um café da manhã regional promovido pela parlamentar, em um restaurante na Pajuçara.
A ativista Arísia Barros, coordenadora do Raízes de África, contou que em recente oficina realizada pelo instituto as quilombolas confessaram o sonho de conhecer e tomar banho no mar da capital.
“No Quilombo Lagoa do Algodão, um mundo distante, no meio da poeira, das palhas de cana-de-açúcar secas, do calor infernal, da falta de locomoção, de água nas torneiras, as mulheres não permitiam que seus sonhos ressecassem. Um deles, eleito por unanimidade, é justamente conhecer a imensidão do mar da capital, conhecida por ter a orla mais bonita do Brasil”, afirmou Arísia.
A deputada Jó Pereira completou dizendo que o café de boas-vindas “é um pouquinho do que podemos contribuir para que as mulheres quilombolas possam alimentar um sonho, tão bonito, com boas e fartas lembranças, que as inspirem, no caminho da liberdade. É o cuidar da autoestima que fortalece a caminhada individual e coletiva”.
“É uma forma, também, de lembrar, no mês que se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos, que precisamos construir um plano estratégico de combate a extrema pobreza que enxergue e atenda, também, os quilombos alagoanos", concluiu Jó.