Centro Especializado da Semudh realiza mais de 1.300 procedimentos com mulheres vítimas de violência em 2021
Vinculado à Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), o CEAM oferecer atendimento jurídico, psicológico e social, além da confecção de Boletins de Ocorrência de violência doméstica

As paredes cor de lilás compõem o cenário visual de quem atravessa os portões do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM), junto com o gentil acolhimento do sorriso de Ana*, porteira do espaço, que possui uma equipe majoritariamente feminina. O CEAM se propõe a transparecer nos detalhes sutis o cuidado com as mulheres vítimas de violência, pautado pelos pilares do respeito, compreensão e empatia.
Seguindo esses preceitos, no ano de 2021 o Centro atingiu a marca de 1.320 realizações de procedimentos, que são contabilizados de acordo com a utilização dos serviços disponíveis, entre atendimento jurídico, psicológico, social e a confecção de Boletins de Ocorrência de violência doméstica. O serviço mais utilizado pelas mulheres foi o de atendimento psicológico continuado, contabilizando 350 procedimentos, seguido pelo atendimento jurídico, com 221.
“No CEAM me senti segura. Abraçada. É difícil ter que relembrar todos os momentos de medo e aflição, a insegurança e o desespero em buscar ajuda e não conseguir retorno. Aqui, não. Aqui consegui forças e hoje sou outra pessoa”, conta Juliana*, uma das mulheres atendidas no Centro que leva o nome de Jarede Viana, uma alagoana que ganhou destaque na luta pelos direitos das mulheres, contra a ditadura militar e pela anistia.
O CEAM é vinculado à Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh) e também funciona como sede para a Patrulha Maria da Penha, vinculada à Secretaria de Segurança Pública (SSP), e para a Central de Interpretação de Libras (CIL). “Nosso CEAM é gerido para ser um lugar de afeto e cuidado. O público que vem até aqui chega em uma situação de fragilidade imensurável e o nosso papel principal é fazer com que essa vítima saia daqui fortalecida”, conta Maria Silva, titular da pasta da Mulher e dos Direitos Humanos.
“Esse processo de fortalecimento é realmente indispensável porque é ele quem faz a mulher de fato se libertar do ciclo de violência que está inserida e assim ter consciência sobre seus direitos, até para evitar novas violações. Não há nada mais eficaz no enfrentamento à violência doméstica do que uma mulher empoderada”, conta a superintendente de Políticas para os Direitos da Mulher, Dilma Pinheiro.
Educação Social
Outro fator indispensável para que se alcance a igualdade de gênero é a intervenção socioeducativa nos diversos segmentos da sociedade. A Semudh desenvolve anualmente em seu calendário de ações campanhas de conscientização da população, palestras e eventos dentro da temática, por todo Estado de Alagoas e especialmente entre os grupos de vulnerabilidade e em comunidades tradicionais, como o Agosto Lilás e o Maria da Penha Vai às Escolas.
Trabalho Integrado
O trabalho desenvolvido em conjunto com outras pastas do Estado tem gerado frutos transformadores que salvam vidas. Ainda no final de 2021, a Semudh, em parceria com a Polícia Civil e a SSP, garantiram mais um mecanismo de denúncia para a população feminina de forma humanizada, criando o Núcleo Integrado de Atendimento à Mulher (NUIAM), na Central de Flagrantes da capital.
Com funcionamento 24h, o NUIAM tem como objetivo a quebra do ciclo de violência, a inserção da mulher na rede de proteção local e a humanização e sensibilização de cada atendimento.
Contato
O Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) está localizado na Rua Dr. Augusto Cardoso, s/n. no bairro da Jatiúca, com atendimento ao público disponível de segunda à sexta, das 8h às 17h. Qualquer dúvida pode ser sanada por contato pelos telefones (82) 3315-1740 e 98867-6434, ou através do e-mail: [email protected].
Casos de violência doméstica também podem ser denunciados diretamente pelo Disque 180 da Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal. Em caso de flagrante, a Polícia Militar fará o atendimento pelo 190.
*Os nomes utilizados são fictícios para proteger a identidade das envolvidas.
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