“Privadas ou públicas, festas não são seguras”, diz infectologista sobre Carnaval
Apenas festividades de ruas têm sido canceladas, as privadas não
O Carnaval de rua foi cancelado na maioria das cidades brasileiras. A decisão é fruto do aumento, após festas de fim de ano, de casos de Covid-19, Influenza, e Flurona, infecção das duas doenças ao mesmo tempo.
Além do aumento de casos do novo coronavírus, as unidades de saúde ficaram lotadas com pacientes com sintomas de síndromes gripas. Em Alagoas, por exemplo, entre novembro e dezembro, o Conselho Regional de Farmácia de Alagoas registrou um aumento de 126% nas vendas de remédio para tosse.
No entanto, apesar dos cenários, as festas privadas continuam marcadas. O 7Segundos conversou com a infectologista do sistema Hapvida, Silvia Fonseca, sobre o aumento dos números e as festividades carnavalescas.
“As pessoas que estão infectadas carregam esses vírus dentro do nariz, na garganta, na boca, e toda vez que elas falam, tossem, espirram, cantam, essas gotinhas infecciosas saem e podem atingir o olho de alguém, a boca, e as mãos. Uma pessoa que acaba com essa gotinha infecciosa na mão e come um biscoitinho, ela se inócua com o vírus”, disse.
A infectologista explica que, quando há aglomeração, as chances de infecção com os dois vírus, Sars Cov 2 e H3N2, aumenta.
“Quando a gente coloca as pessoas aglomeradas, sem máscara, cantando, a gente aumenta a chance de passar uns para os outros. Isso acontece mesmo que o teste tenha sido negativo, porque pode ser um falso negativo. Na hora que aglomera, a gente aumenta a chance de transmissão”.
Para ela, não diferenciação entre carnaval de rua e festas de carnavais privadas.
“Eu não acho nenhum um pouco seguro aglomerações em festas nesses dias, seja festa privada, festa pública, carnaval na rua, carnaval em salão. Neste momento, é precipitado porque não temos vacinação de 100% das pessoas contra a Covid. Além disso, muita gente esqueceu-se da vacina contra a gripe. Não é hora de fazer isso”, explicou.
A recomendação de Silvia Fonseca é que a população termine o ciclo de imunização contra o novo coronavírus.
“Se estiver disponível, a da gripe também. Além disso, quem tiver com sintomas de síndrome gripais, deve procurar não sair, fazer distanciamento social, usar álcool e não se aglomerar. Não é hora de fazer festa. Sei que as pessoas estão cansadas, mas os vírus ainda não da gente. A saúde é nosso bem mais precioso”.