Mulheres são maioria da população vacinada em Maceió
Estudo da USP feito no começo da pandemia apontou que as mulheres são mais resistentes ao contágio pela Covid-19
As mulheres são a maioria da população vacinada em Maceió, representando 55,4% (890.282) do total de 1.606.572 imunizados contra a Covid-19. Os dados são do portal Vacina Maceió. Os números do público feminino são superiores em todas as categorias, sendo elas 1ª e 2ª doses, reforço e dose única.
Dos imunizados com a primeira dose, 422.580 são mulheres e 351.386 são homens. Na segunda são 361.184 pessoas do público feminino contra 289.545 do masculino. As que tomaram o reforço somam 96.939 e os que se vacinaram pela terceira vez são 66.416. Já na dose única os números apontam uma superioridade de 9.579 contra 8.943, a favor das mulheres.
E, mesmo sem a vacina, elas ainda são mais resistentes ao contágio pelo novo coronavírus. Isso de acordo com uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), feito no início da pandemia, antes da vacinação e com a circulação da primeira mutação do vírus.
Os pesquisadores fizeram o estudo genômico de 83 casais em que um dos parceiros teve os sintomas de Covid-19 e o outro não apresentou sinais de infecção. Desses, no grupo dos assintomáticos tínhamos 29 homens e 54 mulheres, ou seja, quase o dobro de mulheres assintomáticas em relação a homens.
"A gente já sabe em outros estudos que a frequência de homens que tem formas graves da Covid e que vão a óbito é muito maior que entre mulheres, mas queríamos ver o contrário, quem é mais resistente, se são os homens ou as mulheres”, afirmou a geneticista da USP, Mayana Zatz.
Além desse estudo de 83 casais, os pesquisadores coletaram informações de mais de 1.700 pessoas que entraram em contato com a universidade, perguntando se o homem que transmitiu para mulher ou a mulher que transmitiu para o homem.
“Mas em um estudo que realizou a análise da saliva, observou-se que os homens têm uma carga viral dez vezes maior do que as mulheres. A gente sabe que a Covid é transmitida pelas gotículas de saliva, e isso explica porque os homens transmitem mais. Ou seja, são duas situações: as mulheres são mais resistentes quando infectadas, e quando têm o vírus, elas transmitem menos que os homens”, concluiu Zatz.
Como o estudo foi realizado no início da pandemia, os pesquisadores irão contatar novamente os casais que participaram do estudo para descobrir se o cenário se mantém o mesmo diante da variante Ômicron, a cepa predominante em circulação atualmente.
Homens são maioria no movimento antivacina
Um outro estudo ainda apontou que os homens são maioria no movimento antivacina.
Intitulado “Determinants of covid-19 vaccine hesitancy in Portuguese-speaking countries: a structural equations modeling approach”, ou "Determinantes da hesitação com a vacina da Covid-19 em países que falam português: uma abordagem de modelos de equações estruturais", em uma tradução livre, a pesquisa aponta que eles são fortemente influenciados pela desinformação e pelo sentimento de masculinidade frágil.
“Estresse e hesitação vacinal masculina são explicados culturalmente pela educação de homens como exemplo de força, virilidade e saúde perfeita”, diz o artigo.