Cultura

Alagoanos falam sobre custos e riscos de viajar para o Lollapalooza 2022

Confira a opinião de frequentadores antigos do festival

Por Felipe Guimarães* 19/03/2022 08h08
Alagoanos falam sobre custos e riscos de viajar para o Lollapalooza 2022
Imagem de um show no Lollapalooza de 2017 - Foto: Kayman Lima

Após dois anos das primeiras medidas de distanciamento social terem sido anunciadas no Brasil em virtude da pandemia da Covid-19, a vida no país aos poucos volta ao que era antes do vírus ter chegado em terras latino-americanas.

Além da não obrigatoriedade do uso das máscaras em ambientes abertos e fechados ter sido anunciada em Alagoas na última terça-feira (15), grandes eventos como Lollapalooza, um dos principais festivais de música do país, também estão sendo liberados.

Buscando a opinião popular, a nossa equipe de reportagem do 7Segundos entrou em contato com dois alagoanos para saber suas opiniões com relação ao festival e fazer um balanço de como esta viajar nessa nova fase da pandemia, mais próxima da antiga realidade pré-pandemia.

Na visão do contador, Reynald Lessa, de 30 anos de idade, o atual momento da pandemia está propício para se aproveitar um evento como este. Apesar de ter pego Covid-19 logo no começo da pandemia em 2020, o coronavírus não está na sua lista de preocupações.

“Após dois anos desse período pandêmico, após as três doses da vacina e com a queda de mortalidades, me sinto seguro em poder retornar a frequentar festivais. Não tenho medo de pegar na viagem, claro que estou suscetível a isso, mas tomando alguns cuidados dá pra “fugir” do vírus”, disse

Reynald Lessa durante a edição do Lollapalooza de 2018. Foto: Arquivo pessoal


Frequentador assíduo do Lollapalooza, Reynald já viajou três vezes para curtir o evento e dessa vez, além da pandemia, outro ponto a ser levado em consideração foram as despesas.

“O preço do ingresso esse ano estava absurdamente caro, por sorte eu já tinha adquirido os ingressos antes da pandemia. Passagens de avião nos últimos tempos também aumentaram muito, por sorte eu sempre tô pesquisando e consigo comprar num preço mais acessível. Levando em consideração outras viagens que fiz e tenho programadas, os custos aumentaram em torno de 30 a 40% do habitual antes da pandemia”, ponderou.

De acordo com um levantamento feito pela reportagem, o preço dos ingressos para o evento estava custando de R$400 os mais baratos, para somente um dia, até R$10.000 na compra de cinco ou mais ingressos para mais de um dia.

Apesar dos altos, Reynald aparenta estar animado para participar da sua quarta edição do Lolla. “Minhas expectativas não estão tão altas, pois o line desse ano foi reformulado e alguns artistas que eu queria ver e que estavam no line de 20202 não estão mais. Mas no geral sei que será incrível, pois eu amo a experiência de vivenciar festivais”, afirmou.

OUTRAS PERSPECTIVAS


Apesar de nunca ter pego Covid-19, o funcionário público Kayman Lima Cavalcanti, de 30 anos, ainda não se sente completamente seguro ao sair de casa e se expor ao vírus.

“Acho que não me sinto 100% seguro com nada ultimamente. Sair de casa é sempre um risco. O que posso fazer é manter as mesmas medidas que venho mantendo desde sempre. Usando máscara, passando meu álcool na mão. Com relação ao festival, acredito que por ser um lugar amplo, eu esteja um pouco mais confortável. Não me sentiria bem em um local muito fechado”, explicou.

Tendo participado da edição de 2017 do Lollapalooza, Kayman vem notando gradualmente o aumento no valor cobrado para participar do festival.

“O preço a alguns anos aumentou bastante. Quando fui em 2017 paguei cerca de 200 reais por dia. Na época eram dois dias de festival. Esse ano comprei o ingresso por 360 pra um dia só. Não desanimou tanto pois como eu só queria ver as atrações desse dia específico acho que o preço foi ok, mas se tivesse mais atrações nos outros dias de festival que eu quisesse ver, eu não iria pois chegou a custar 1200 reais a meia entrada”, afirmou.

Outro ponto a ser levado em consideração por Kayman foi o preço das passagens aéreas, que segundo notou, subiram de forma exagerada.

Kayman durante a sua ida ao festival em 2017. Foto: Arquivo pessoal


“O preço das passagens aumentou absurdamente. Em 2017 eu paguei menos de 500 reais ida e volta e despachei bagagem. Esse ano eu comprei as passagens por 1.544 reais
e só posso levar bagagem de mão”, desabafou.

De acordo com um site de passagens aéreas, o valor cobrado para se deslocar de Maceió, no dia 24 de Março, um dia antes do festival, e voltar para a capital alagoana no dia 28, após o encerramento do Lolla, está custando de R$2.105 sem paradas e R$2.252 com paradas.

Imagem de um dos shows do festival. Foto: Kayman Lima


E mesmo com as adversidades, Kayman afirmou estar disposto a ir até o festival, tecendo elogios pela sua estrutura. “Por ser um festival que eu já fui, eu gosto bastante. Gosto da estrutura, gosto das atrações, então minhas expectativas estão bem altas. A atração que eu mais quero ver é a Miley Cyrus porque nunca fui a um show dela”, finalizou.

O Lollapalooza ocorre nos dias 25,26 e 27 de março, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo e conta com quatro palcos. Na programação deste ano, artistas nacionais como Pabllo Vittar, Gloria Groove e Emicida vão agitar a capital paulista. As atrações internacionais também devem conquistar o público deste ano, com a presença de A$AP Rocky, Katy Perry, Miley Cyrus, Foo Fighters e outros.

*Com supervisão da Editoria