Polícia

Homem detido em ato de Lula no Centro do Rio tem prisão preventiva decretada

Justiça considerou que André Stefano colocou em risco a "integridade das pessoas". Decisão aconteceu em uma audiência de custódia ocorrida neste sábado (9).

09/07/2022 16h04
Homem detido em ato de Lula no Centro do Rio tem prisão preventiva decretada
André Stefano Dimitriu Alves de Brito, identificado pela polícia por arremessar uma garrafa de plástico com um explosivo contra o ato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Cinelândia - Foto: Polícia CIvil

Preso pelo crime de explosão durante o ato do ex-presidente Lula, na quinta-feira (7), na Cinelândia, no Centro do Rio, André Stefano Dimitriu Alves de Brito, de 55 anos, teve a sua prisão em flagrante convertida em preventiva.

A decisão da Justiça aconteceu neste sábado (9) em uma audiência de custódia no Rio de Janeiro.

Em sua decisão, a juíza Ariadne Villela Lopes considerou que André Stefano praticou um ato que colocou em risco a "integridade das pessoas".

André Stefano Dimitriu Alves de Brito, de 55 anos, foi preso em flagrante e autuado pelo crime de explosão, segundo o delegado Gustavo de Castro, titular da 5ª DP (Mem de Sá). Ele vai ser encaminhado à audiência de custódia.

Na audiência, André Stefano se apresentou como pescador. Ele disse ser hipertenso e ter labirintite. A sua defesa solicitou à Justiça que a prisão em flagrante fosse convertida em provisória.

A magistrada considerou que a conversão da prisão em preventiva foi necessária pela violência ocorrida em um ato público.

"O Brasil encontra-se em período pré-eleitoral de eleições gerais, momento em que os ânimos podem se acirrar, mostrando-se necessário o desestímulo de práticas de natureza violenta, não apenas para proteção das pessoas - objetivo primordial da intervenção do Estado-juiz -, mas também para garantia de manifestações livres de pensamento, que podem restar intimidadas por práticas violentas", escreveu a magistrada em sua decisão.


O crime, previsto no Artigo 251 do Código Penal, consiste em "expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos". Em caso de condenação, a pena prevista é de três a seis anos de prisão, além de multa.

O caso

Uma espécie de bomba caseira com um líquido que cheirava a fezes foi arremessado no local do evento com pré-candidato do PT para a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no Centro do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (7).

A garrafa PET de 2 litros com um explosivo dentro foi arremessada por cima do tapume que cercava o perímetro. Dentro da garrafa havia um líquido marrom, que segundo militantes eram fezes. O objeto explodiu ao tocar o chão. Ninguém ficou ferido, mas houve um princípio de tumulto.

Em seguida, as pessoas gritaram "fora, Bolsonaro". Organizadores do evento pediram calma e informaram que havia segurança no local para proteger os manifestantes.

A assessoria de imprensa do ex-presidente disse que "estouraram 2 artifícios de fogos, causando barulho, jogados de fora para dentro da área do ato. Não tinham fezes, fizeram barulho, mas ninguém se feriu nem houve tumulto".