Comissão da Mulher da ALE recebe carta pública pelo fim da violência contra as mulherer
A comissão também discutiu casos recentes de violência e feminicídio que ocorreram em Alagoas nas últimas semanas
Reunidas com a Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa de Alagoas, representantes de 47 entidades de classes e outras ligadas aos direitos das mulheres, a exemplo do CDDM; Coletivo Advogadas de Alagoas, Família de Anjos e Sinteal, entregaram as deputadas estaduais Jó Pereira, Fátima Canuto e Ângela Garrote uma Carta Pública pelo fim da violência contra as mulheres. A entrega ocorreu nesta quarta-feira (3), na Sala das Comissões do Parlamento.
Diante dos casos de feminicídios e de violência contra a mulher ocorridos recentemente em Alagoas, durante o encontro o grupo discutiu a necessidade urgente da regulamentação e da colocação em prática, pelo Poder Executivo, de importantes leis aprovadas na Casa de Tavares Bastos voltadas às alagoanas, entre elas a que criou o Fundo Estadual de Defesa dos Direitos das Mulheres, que ainda não possui recursos. As representantes das entidades terão uma reunião com o governador Paulo Dantas, na próxima semana, para entregar a carta, reforçar as cobranças e a reivindicação por delegacias especializadas 24h.
A bancada feminina na ALE também apresentou ao grupo uma relação com as leis estaduais que apoiam a mulher, trazendo ações e políticas públicas essenciais para o enfrentamento da violência, constatando que, apesar dos esforços do Legislativo, a maioria das legislações ainda não tem efeito prático, pela ausência de regulamentação e publicidade.
Desde o ano passado, a deputada Jó Pereira - uma das parlamentares mais atuantes em defesa dos direitos da mulher - vem cobrando do Poder Executivo a regulamentação de inúmeras leis aprovadas na Casa, muitas delas de sua autoria, a exemplo da lei do parto humanizado; a lei que garante a presença de doulas nos hospitais e maternidades; a lei que auxilia investigações sobre estupro de vulnerável, determinando a comunicação compulsória ao Ministério Público sobre os registros de nascimento realizados por mães menores de 14 anos; a lei que institui a campanha Agosto Lilás no estado; e da lei instituindo o programa Maria da Penha vai à escola, para divulgar a legislação e sensibilizar a sociedade sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Jó também é autora de outras legislações que impactam diretamente na vida das alagoanas, como a criação do Fundo de Combate ao Câncer; a Lei do Jovem Aprendiz Alagoano, possibilitando o ingresso de milhares de jovens no mercado de trabalho; o Orçamento da Criança e do Adolescente (OCA); e a Lei dos Produtos Artesanais, que regulamenta e desburocratiza a produção e comercialização de produtos artesanais comestíveis.
A deputada é responsável ainda pela indicação ao governo da participação de duas mulheres, uma designada pelo Cedim (Conselho Estadual dos Direitos da Mulher) e outra, pela Assembleia Legislativa, no Conselho de Segurança Pública do Estado.
Carta Pública
Na Carta Pública, que também foi entregue ao Poder Executivo, o grupo destaca “que as políticas públicas estaduais não atendem às mulheres de forma igualitária e não observam as especificidades de grupos vulnerabilizados, como as mulheres rurais, quilombolas, indígenas e ribeirinhas”.
É pontuado ainda que enquanto as mulheres da capital sofrem com o funcionamento das delegacias especializadas em horário comercial, as mulheres do interior sequer possuem acesso a esses serviços e, quando conseguem acessar uma delegacia comum, apesar de toda a dificuldade de deslocamento, sofrem com a revitimização, com a violência institucional e com novas violências ao retornarem para casa, pois não há abrigos.
“Não é a primeira vez que o movimento de mulheres de Alagoas se une para denunciar e requerer medidas efetivas que enfrentem a violência contra as mulheres, a discriminação, o preconceito, a desigualdade racial e social, o tráfico e comercialização desses corpos. A última carta entregue pela Frente Feminista de Alagoas e o movimento de mulheres data de 08 de março de 2022. De lá para cá pouca coisa avançou, tendo inclusive aumentado o número de feminicídios, o desemprego, a miséria, a pobreza e a violência”, destaca trecho da carta.
O grupo reforça os pleitos anteriores e apresenta uma série de sugestões de medidas visando erradicar todas as formas de violência contra mulheres, em diversas áreas: Educação e Pesquisa; Cultura; Segurança Pública e Rede de Enfrentamento à Violência; Saúde, Direitos Sexuais e Reprodutivos; Trabalho e Geração de renda e Administração Pública.
Além das três deputadas estaduais, participaram da reunião Anne Caroline Fidelis e Erika Freire (Coletivo Advogadas de Alagoas); Denilma Cavalcante (Coletivo Maria Bonita Sertão); Andrea Albuquerque (Marcha Mundial das Mulheres e Margaridas na Luta); a advogada Paula Lopes (CDDM), Elaine Pimentel (Presidente da FDA); Mônica Carvalho (Instituto Legioniré) e Alessandra Cavalcante (Comissão da Mulher Advogada da OAB-AL).
Últimas notícias
Homem de 25 anos morre afogado em açude de São Luís do Quitunde
Helicóptero com duas pessoas cai em pesqueiro no interior de São Paulo
Cemitério sumido há 200 anos abriga 100 mil corpos de escravizados na Bahia
Homem é assassinado no bairro Petrópolis, em Maceió
Professores fazem a primeira edição da Prova Nacional Docente
Homem é flagrado “pegando carona” na parte de baixo de ônibus em Maceió
Vídeos e noticias mais lidas
Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto
Militares lotados no 14º Batalhão de Joaquim Gomes prendem homem suspeito de estrupo de vulnerável
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'
Vídeo mostra momentos antes do acidente que matou duas jovens em Arapiraca; garupa quase cai
