Mergulhador aciona a Justiça para denunciar crime de injúria racial
Lucas Teles estava atendendo alguns clientes, quando uma mulher se aproximou e proferiu a agressão
No dia 20 de novembro é celebrado o Dia da Consciência Negra, momento para refletir a história e a luta da população negra no Brasil. Apesar dos avanços na Justiça, que garante proteção às vítimas e punição aos agressores, cenas de injúria racial ainda ocorrem no país, como o caso de Lucas Teles, que sofreu agressão verbal no mês de setembro.
Lucas é mergulhador na praia do Francês e no dia da agressão estava conversando com um grupo de turistas, explicando as estratégias para o mergulho, momento em que uma mulher se aproximou. “Ela falou que eu trabalhava em um canto e outro, pulando de galho em galho como um macaco. Perguntei se ela estava me chamando de macaco e ela disse ‘sim, é isso mesmo que você escutou’”, relatou Lucas.
Constrangido e abalado psicologicamente, a vítima trabalhou com a mente agitada, meditando sobre a situação e o que poderia fazer a respeito. “Fiquei com esse pensamento, achando que não é uma coisa certa de se dizer a uma pessoa. Não sou macaco, sou um ser humano”, afirmou Lucas.
O mergulhador resolveu buscar a Justiça, e conversou com o advogado Jerônimo da Silva, do Instituto Negro de Alagoas (INEG). Ao pedir ajuda para Jerônimo, Lucas transparecia todas as características de uma pessoa que passou por uma situação de violência: nervosismo, constrangimento e sentimento de violação.
Ao analisar o caso, o advogado decidiu entrar com dois tipos de ações contra a agressora. “É um caso que pode ser tipificado no código penal no art. 140 parágrafo 3º, que trata da injúria racial. Também entramos na esfera cível com uma ação de danos morais. Houveram danos psicológicos, emocionais e constrangimento”, explicou Jerônimo.
Lucas aponta a importância em denunciar casos como o que ele sofreu, procurando a Justiça e não se calando. “É importante a gente não deixar passar esse tipo de coisa. Estamos em 2022 e casos como esse ainda vêm acontecendo na nossa sociedade. A gente tem que se empoderar”, disse.
Dívida Histórica
Segundo o desembargador Tutmés Airan, os crimes de racismo e injúria racial ainda são comuns em Alagoas e no Brasil. Enquanto a injúria é uma ofensa simples, direcionada a uma pessoa específica em um caso específico, o crime de racismo é o preconceito ou discriminação em razão, por exemplo, da raça, da etnia e da religião.
“É uma data muito simbólica para o país. Fomos colonizados pelo trabalho da população escrava, boa parte dela sequestrada, trazida à força dos lugares onde viviam e sofreram muito em terras brasileiras. Nós temos uma dívida com essa população. Ao invés de maltratá-la, temos que pagar essa dívida com eles e com seus descendentes”, afirmou o desembargador.
Últimas notícias
Passageira de aplicativo morre após confronto na Linha Amarela, no Rio
Deputado Daniel lança livro com reflexões sobre desenvolvimento e justiça social durante Bienal
Lula vai despachar PL Antifacção ao Congresso com pedido de urgência
Prefeito Allan de Jesus participa em São Paulo da cerimônia nacional de entrega da Bandeira Azul 2025
Integrante do Comando Vermelho morre em confronto com a PM em Rio Largo
Colisão entre motos deixa mulher ferida na Avenida Menino Marcelo, em Maceió
Vídeos e noticias mais lidas
Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto
Militares lotados no 14º Batalhão de Joaquim Gomes prendem homem suspeito de estrupo de vulnerável
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'
Vídeo mostra momentos antes do acidente que matou duas jovens em Arapiraca; garupa quase cai
