Saúde

Tratamentos de HIV/Aids avançam, mas prevenção ainda é importante

No mês de dezembro se celebra o Dia Mundial de Combate a AIDS

Por 7Segundos com Assessorias 03/12/2022 08h08
Tratamentos de HIV/Aids avançam, mas prevenção ainda é importante
Camisinha - Foto: Reprodução/Internet

Os casos de HIV/AIDS caíram, em Alagoas, no último ano, segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados recentemente, devido ao mês de dezembro, onde se celebra o Dia Mundial de Combate a AIDS. Mesmo com o avanço nos tratamentos, a prevenção ainda é a melhor arma.

A farmacêutica Alba Vasconcelos, da farmácia ambulatorial do Hospital Universitário, que atende paciente portador de HIV e Hepatite, lembrou que há 35 anos foi lançando o primeiro antirretroviral: a zidovudina, em 1987, sob o nome comercial de Retrovir, pelo laboratório GlaxoSmithKline. Em seguida vieram a didanosina (Videx) em 1991, e a zalcitabina (Hivid) em 1992.

De acordo com a farmacêutica, os antirretrovirais surgiram para impedir a multiplicação do vírus no organismo. “Eles não destroem o HIV (vírus causador da AIDS), mas ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico”, disse.

Ao longo do tempo, diferentes estratégias terapêuticas foram criadas através do uso de combinações entre as classes de drogas, permitindo que os pacientes portadores do vírus tenham melhor qualidade de vida. “Estamos em constantes avanços no tratamento para HIV. A diminuição da mortalidade pela AIDS e a melhoria da qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV(PVHIV), são provas desse avanço”, disse.

“A escolha do tratamento é feita pelo médico infectologista, de acordo com o PCDT, estados fisiológico e clínico dos pacientes, faixa etária, entre outros fatores. Hoje já existem tratamentos consideravelmente seguros para uso durante a gestação, prevenindo assim a transmissão vertical do vírus”, pontuou. Durante a fase de amamentação, a mãe deve suspender o tratamento.

Casos em Alagoas

Em Alagoas, segundo dados do Ministério da Saúde (MS), mesmo diante da queda do número de casos confirmados da doença, que passaram de 340 entre janeiro a novembro de 2021 para 292 no mesmo período deste ano, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) alerta que não se deve ignorar os cuidados preventivos, uma vez que, apesar de ser possível conviver com a patologia, ela ainda não tem cura.

Por ser transmitida principalmente pela via sexual, os especialistas orientam sobre a importância da prática sexual protegida. Para isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente os preservativos masculino e feminino, que podem ser encontrados nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos 102 municípios alagoanos. Além do uso da camisinha, é necessário evitar o compartilhamento de seringas.

Ainda conforme o técnico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), além do uso do preservativo e do não compartilhamento de seringas, a prevenção ao HIV ocorre por meio da Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). Os dois métodos são disponibilizados pelo SUS e consistem em medicamentos que bloqueiam a ação do vírus da Aids no organismo da pessoa que se expôs ou irá se expor a ele, durante o comportamento de risco.

No caso de a exposição sexual de risco ter acontecido há menos de 72 horas, é recomendado o uso da PEP, que em Alagoas está disponível em Maceió, no Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA), Hospital Universitário (HU), Serviço de Assistência Especializada Dr. Marcelo Constant e no Serviço de Assistência Especializada do PAM Salgadinho. Já no interior, a estratégia é disponibilizada em Santana do Ipanema, no Hospital Clodolfo Rodrigues; e em Palmeira dos Índios, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Transmissão

A transmissão do HIV ocorre por meio de relações sexuais sem proteção, objetos perfurantes (como agulhas contaminadas), transfusão de sangue e de mãe para filho durante a gravidez, no parto ou na amamentação, quando não é feito o tratamento adequado. Não há cura para o HIV, mas se as orientações forem seguidas da maneira certa podem resultar no controle da infecção e na diminuição da carga viral no organismo para um nível denominado indetectável, o que significa que o vírus pode deixar de ser transmitido. A pessoa soropositiva pode não desenvolver Aids se realizar o tratamento adequado.