Política

Forças Armadas “limitaram ações da PM” nos acampamentos golpistas, diz ex-chefe de Operações da PM-DF

Segundo Naime, a Polícia Militar “não tinha esse acesso para entrar com policiamento, para efetuar prisão”

Por 7Segundos com CNN Brasil 26/06/2023 18h06 - Atualizado em 26/06/2023 19h07
Forças Armadas “limitaram ações da PM” nos acampamentos golpistas, diz ex-chefe de Operações da PM-DF
Atos criminosos em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023 - Foto: Joedson Alves/Anadolu Agency via Getty Images

O ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar (PM) do Distrito FederalJorge Eduardo Naime disse, nesta segunda-feira (26), em depoimento à CPMI do 8 de janeiro, que as Forças Armadaslimitaram ações da PM nos acampamentos que pediam uma intervenção militar após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial.

O principal acampamento estava localizado em frente ao quartel general do Exército, em Brasília. Durante semanas, apoiadores do ex-presidente Bolsonaro se mantiveram no local pedindo um golpe de Estado para evitar que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomasse posse.

Segundo Naime, a Polícia Militar “não tinha esse acesso para entrar com policiamento, para efetuar prisão”.

“Ação da PM no acampamento sempre foi limitada pelas Forças Armadas. A gente não tinha esse acesso para entrar com policiamento, para efetuar prisão, para retirar ambulante, para poder fazer prisões”, disse Naime.

“A própria Polícia Federal foi tentar cumprir mandados de prisão dentro do acampamento e foi rechaçada pelos manifestantes. Acabou saindo cenas na imprensa que parecia que o próprio Exército estava expulsando a PF de dentro do acampamento”, completou.

A CNN entrou em contato com o Exército para um posicionamento sobre as declarações do ex-chefe de Operações da PM-DF, mas não teve uma resposta até o momento.

Naime prestou depoimento na CPMI nesta segunda, apesar de ter um atestado médico de depressão e ansiedade que o liberava de comparecer à audiência no Congresso Nacional.

O ex-chefe de Operações da PM-DF está preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Naime é investigado de suposta omissão e não cumprimento de ordens durante os atos de 8 de janeiro, que resultaram na invasão e vandalismo das sedes dos Três Poderes, em Brasília. Naime foi preso em 7 de fevereiro, em uma das fases da operação Lesa Pátria, da Polícia Federal (PF).