Familiares reencontram no HGE homem internado sem identificação
Encontro ocorreu graças à articulação do hospital com o Ministério Público, e contou com a divulgação nas redes sociais

A emoção foi grande para quem esteve presente ao reencontro de José Cláudio dos Santos Negromonte, de 28 anos, com seu irmão, Luís Cláudio dos Santos Negromonte, de 33 anos, no Hospital Geral do Estado (HGE) nesta sexta-feira (4). Luís estava internado no HGE, em Maceió, desde março deste ano, sem identificação. Mas um apelo do hospital feito nos veículos de comunicação e mídias sociais pôs fim à procura dos familiares.
Luís Cláudio é natural de Surubim (PE), mas vivia com a família em Santa Cruz do Capibaribe, no agreste pernambucano. Ele tem quatro irmãos (três mulheres e um homem) e os seus pais, idosos, estão vivos. Segundo José Cláudio, há quatro anos a família faz buscas na região para encontrá-lo. Já acionaram os órgãos competentes, mas nunca obtiveram nenhuma pista que levasse ao paradeiro de Luís.
“Ele sempre foi uma pessoa alegre, divertida, que gostava de estar na rua e beber com os amigos. Já trabalhou em fazenda, fez vários ‘quebra-galhos’, até que, de repente, sumiu. O que haviam nos dito é que ele teria ido embora com um casal, mas não sabemos até hoje quem é. O descobrimos quando vimos a foto sendo compartilhada na Internet. Ficamos surpresos, muito felizes, e nos organizamos para vir à Maceió”, relatou José Cláudio, que é o caçula dos homens da família.
Toda a família de Luís Cláudio celebrou o reencontro, mas tenta entender o que aconteceu durante o período do sumiço. O amigo da família, Amós Pedro da Silva, de 32 anos, que também esteve no HGE, afirmou que Luís Cláudio tinha problemas por causa do uso de bebidas alcoólicas, apesar de todo acolhimento dado pelos familiares e amigos para superação do vício.
“Estamos muito contentes em poder revê-lo e ter a oportunidade de levá-lo para casa. Já estou em contato com a prefeitura da nossa cidade para que viabilizem os serviços que serão necessários quando chegarem à casa da família. Aqui em Alagoas não temos o que reclamar. Pelo contrário, só agradecer. O hospital cumpriu com o seu dever de salvar a vida do Luís Cláudio e, ainda, se esforçou, mais de uma vez, para identificá-lo e fazê-lo reencontrar com a sua família”, falou Amós Pedro.
Começo de tudo no HGE
A campanha de divulgação teve início quando, no último dia 24 de março, Luís Cláudio foi admitido no HGE sem identificação com traumatismo cranioencefálico, fratura de fêmur e escápula. Ele foi assistido pela equipe da Área Vermelha, que já conta com uma assistente social responsável pelo acolhimento aos familiares, regularização de documentações e prestação de serviços relacionados à cidadania. Enquanto o atendimento físico era realizado, a assistente social buscou, por meio de sua rede de contatos, alternativas para identificá-lo.
“Acionamos instituições, órgãos, todos os meios que poderiam nos ajudar a encontrar a sua identidade e os seus familiares. Como não conseguimos, pedimos à nossa Assessoria de Comunicação para divulgar uma nota de utilidade pública para a imprensa, a qual pessoas com ente desaparecido deveriam vir para conferir se é quem também estava procurando. Fizemos isso mais de uma vez ao longo de quatro meses e não conseguimos. Então levamos o caso ao Ministério Público de Alagoas [MP/AL], por meio do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos de Alagoas [PLID/AL], que reforçou e expandiu as nossas tentativas”, explicou a assistente social, Vanessa Martins.
A partir daí, o HGE, que também compõe a equipe do PLID/AL, iniciou o monitoramento dos resultados das buscas. Com apoio da Polícia Federal e do Instituto de Identificação, que também compõem o PLID/AL, os papiloscopistas foram ao hospital recolher impressões digitais. Entretanto, não foram compatíveis com os dados disponíveis no sistema. Após isso, as assessorias de comunicação do MP/AL e do HGE decidiram construir, juntas, um release com nova fotografia. A partir dessa divulgação, a imagem foi disseminada pelos meios de comunicação e mídias sociais.
“Estamos muito felizes. Isso nos traz alívio, sensação de missão cumprida. É o nosso presente pelos nossos esforços diários”, declarou a promotora de justiça, Marluce Falcão.
Vida que segue
Com o quadro de saúde estável, Luís Cláudio receberá alta hospitalar quando os seus familiares conseguirem, junto ao Município de origem, os serviços que serão necessários para continuidade da prestação do serviço de saúde, que envolve um atendimento domiciliar. Para ajudar, a direção do HGE vai agilizar as documentações necessárias para o ingresso no Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) de Santa Cruz do Capibaribe (PE).
“No que compete ao HGE, estamos prontos para continuar ajudando. Essa é a nossa missão, é a que nos dedicamos diariamente. Estamos satisfeitos com a atuação de toda a nossa equipe, que devolveu o ente desaparecido com vida aos seus familiares e está dando as orientações necessárias para o retorno ao lar. Desejamos que possam recuperar o tempo perdido e que sigam, com saúde, unidos, agora mais do que nunca”, estima o diretor do HGE, Fernando Melro.
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