Maior parte dos indígenas em AL vive fora das terras oficialmente delimitadas
Dados foram divulgados pelo IBGE nesta segunda-feira
No Brasil, mais de 1,6 milhão de pessoas foram identificadas como indígenas, o que corresponde a 0,83% da população. O IBGE divulgou os primeiros números do Censo 2022 referentes à população indígena nesta segunda-feira (7).
Alagoas ocupa o 16º lugar em números absolutos e 13º lugar proporcional entre as unidades da federação, com 25.725 indígenas residentes em todo o estado. Essa parcela representa 0,82% da população, próxima da média nacional.
A maior parte (74%) dos indígenas em AL vive fora das terras oficialmente delimitadas.
Os estados com maior população absoluta são Amazonas (490.854), Bahia (229.103) e Mato Grosso do Sul (116.346 mil). Proporcionalmente, RR (15,29%), AM (12,45%) e MS (4,22%) possuem os maiores percentuais de presença indígena no país.
Terras indígenas (TIs) em Alagoas
Em AL, há 9 terras indígenas oficialmente delimitadas, distribuídas entre 10 cidades: Aconã (Traipu), Fazenda Canto (Palmeira dos Índios), Geripancó (Pariconha), Karapotó (São Sebastião), Kariri-Xocó (Porto Real do Colégio/São Brás), Mata da Cafurna (Palmeira dos Índios), Tingui Botó (Feira Grande/Campo Grande), Wassu Cocal (Joaquim Gomes/Matriz de Camaragibe) e Xukuru-Kariri (Palmeira dos Índios).
Foram considerados terra indígena apenas os territórios oficialmente demarcados que estão no status fundiário de declarados, homologados ou regularizados, até a data de 31 de julho de 2022.
Dentre os 25.725 indígenas residentes em todo o estado, apenas 6.672 vivem dentro das terras com delimitação formal. O percentual representa 25,94% dos indígenas em AL.
Considerando o universo comparável de terras – ou seja, todas as localidades em comum – Alagoas apresentou uma variação negativa de -17,72% indígenas em terras oficialmente delimitadas, em relação ao Censo 2010.
O perfil étnico das terras indígenas (TIs) em AL
Ao fazer o comparativo específico por terras, surgem outros dados. Em Aconã, localizada em Traipu, 100% dos 90 residentes se identificam como indígenas. Destes, apenas 2 não se identificaram logo no primeiro quesito “cor ou raça”.
Contudo, a terra Xukuru-Kariri, em Palmeira dos Índios, apresenta um cenário diferente: dos 2.429 residentes, apenas 39,4% afirmaram o pertencimento étnico. O percentual é o menor entre os territórios oficialmente delimitados em AL e apresenta um perfil significativamente distinto das demais terras.
Ainda em Palmeira dos Índios, as terras Fazenda Canto e Mata da Cafurna apresentam percentuais de 92,58% e 96,15%, respectivamente.
As TIs com maior percentual de pertencimento étnico indígena em AL são Aconã (100%), Karapotó (97,56%) e Geripancó (97,39%).