Mundo

Governo brasileiro vai enviar seis aviões para resgatar brasileiros na zona de conflito entre Israel e Hamas

Voos devem sair de Israel a partir desta segunda; governo estuda acesso a outros aeroportos na área

Por 7segundos com G1 08/10/2023 13h01 - Atualizado em 08/10/2023 14h02
Governo brasileiro vai enviar seis aviões para resgatar brasileiros na zona de conflito entre Israel e Hamas
Governo brasileiro divulga ações para retirar brasileiros da zona de conflito - Foto: Reprodução/G1

A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou neste domingo (8) o início de uma operação de repatriação de brasileiros que estão na área de conflito em Israel e na Palestina.

Um avião KC-30, com capacidade para 230 passageiros, será enviado ainda neste domingo de Natal (RN) para a Itália – onde ficará aguardando orientações para buscar brasileiros no Oriente Médio e devolvê-los ao solo brasileiro.

Segundo Damasceno, a coordenação dessa operação é feita em conjunto com as embaixadas do Brasil na região.

Há uma expectativa também de normalização das operações no Aeroporto Ben-Gurion – o principal em Israel –, o que permitiria que brasileiros deixassem o país em voos comerciais, sem precisar da ajuda do governo.

O governo ainda avalia outros aeroportos, além do próximo a Tel Aviv, para repatriar os brasileiros que não estão em Israel ou podem correr risco ao tentar chegar à capital israelense.

Segundo Damasceno, a lista de passageiros deve ser fechada na manhã desta segunda-feira (9), no horário de Brasília. Os voos podem decolar já na segunda – de preferência, saindo do Oriente Médio no turno da tarde.

Ainda segundo o governo, há seis aeronaves prontas para a missão:

-Dois aviões KC-30, com capacidade para até 230 passageiros cada;
-Dois KC-390, com capacidade para até 80 passageiros cada;
-Dois VC-2, cedidos pela Presidência da República, que podem transportar até 38 passageiros cada.

Além da tripulação de voo, o governo brasileiro também deve enviar médicos e psicólogos para dar assistência aos brasileiros removidos.

Contatos para brasileiros

No sábado, o Ministério das Relações Exteriores também informou três contatos para brasileiros em situação de emergência – os três, com o aplicativo WhatsApp instalado:

-Escritório em Ramala: +972 (59) 205 5510
-Embaixada em Tel Aviv: +972 (54) 803 5858
-Plantão consular geral, em Brasília: +55 (61) 98260-0610

Até a noite deste sábado (07), o Itamaraty tinha identificado um brasileiro ferido e dois desaparecidos após o ataque terrorista do grupo extremista armado Hamas, que governa a Faixa de Gaza, ao território de Israel. Não há registro de brasileiros entre os mortos.

Também no sábado, o ministério informou que mantém contato com cerca de 90 brasileiros que vivem na Faixa de Gaza ou nas cidades de Israel na zona de conflito entre israelenses e palestinos.

Segundo o Itamaraty, ao todo, a estimativa é de que 14 mil brasileiros vivem em Israel, e outros 6 mil, na Palestina – a grande maioria, fora da área dos ataques registrados neste fim de semana.

Reunião de coordenação

Representantes do governo brasileiro se reuniram na sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, neste domingo para debater a escalada do conflito em Israel e na Palestina – e a situação dos brasileiros na região.

Segundo o Itamaraty, participaram da reunião:

-a secretária-executiva do ministério, Maria Laura da Rocha;
-o ministro da Defesa, José Múcio;
-o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno;
-e o assessor especial da Presidência da República e ex-chanceler Celso Amorim.

Até a manhã deste domingo, os serviços oficiais contabilizavam 820 pessoas mortas na região no fim de semana – 500 em Israel, 313 na Faixa de Gaza e 7 na Cisjordânia.

Israel retaliou os ataques e, ao longo do fim de semana, houve registro também de ações militares do Hezbollah contra o norte de Israel, supostamente disparados a partir do Líbano (veja mapa no fim desta reportagem).

Brasil chama Conselho de Segurança

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escreveu em rede social neste sábado (7) que o Brasil "não poupará esforços" para evitar a escalada do conflito no Oriente Médio entre israelenses e palestinos.