Violência

Pesquisa diz que média de quilombolas mortos dobrou entre 2018 e 2022; veja números em Alagoas

Segundo a Conaq, número de assassinatos subiu de 3,8 para 6,4 por ano

Por 7Segundos com Agência Brasil 17/11/2023 09h09 - Atualizado em 17/11/2023 09h09
Pesquisa diz que média de quilombolas mortos dobrou entre 2018 e 2022; veja números em Alagoas
Pesquisa sobre racismo e violência contra quilombolas realizada pela Conaq - Foto: Walisson Braga/Conaq

A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) publicou nesta sexta-feira (17), a segunda edição da pesquisa sobre racismo e violência contra quilombolas no Brasil, que condensou dados de assassinatos entre 2018 e 2022. Foram registrados 32 casos em 11 estados de todas as regiões do país. Destes, 3 assassinatos aconteceram em Alagoas.

Em comparação com o estudo da primeira edição, que analisou os anos entre 2008 e 2017, a média de mortes por ano aumentou significativamente, de 3,8 para 6,4. Os anos de 2019 e 2021 chegaram a registrar 8 mortes em cada ano, um pico jamais alcançado durante a primeira edição da pesquisa.

A região Nordeste foi onde a maioria dos quilombolas foram assassinados neste período, com cerca de 65%. O Maranhão foi onde ocorreram o maio número de casos, com 9, seguido de Bahia, Pernambuco e Pará, com 4, e Alagoas e Minas Gerais, com 3. Na primeira edição, Bahia foi o estado que registou mais mortes, acompanhado de Maranhão e Pará.

Pelo menos 13 destes quilombolas morreram em defesa de seu território e outros 10 foram vítimas da violência de gênero, caso de todas as 9 mulheres assassinadas que a pesquisa registrou. No total, 70 quilombolas foram mortos nos 15 anos registrados por ambas as edições da pesquisa.

A Conaq informou que irá enviar a pesquisa às autoridades competentes, em conjunto com recomendações sobre como lidar com o problema, que passam por proteção e demarcação dos territórios quilombolas.