Capital

Presidente da Braskem: 'política distorce as informações'

Petroquimica é responsável pelo afundamento no solo

Por O Antagonista 05/12/2023 08h08
Presidente da Braskem: 'política distorce as informações'
O presidente da Braskem, Roberto Bischoff - Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O presidente da Braskem, Roberto Bischoff (foto), afirmou nesta segunda-feira, 4, que “situações políticas” distorcem informações sobre o colapso em Maceió. A petroquímica é responsável pela mina de sal-gema que entrou em risco iminente de desabamento desde a semana passada.

“Nós estamos absolutamente comprometidos com um trabalho de mais de quatro anos e de fazer esse processo sem colocar em risco as pessoas. Infelizmente, [esse assunto] entra em alguma situação política que a gente acaba tendo informações distorcidas”, declarou Bischoff durante o Encontro Anual da Indústria Química, promovido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

Como noticiamos, a crise gerada pelo afundamento do solo na capital alagoana ampliou as disputas políticas entre aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Lira integra o grupo político do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), mais conhecido como JHC, enquanto Calheiros é aliado do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB).

Segundo a Defesa Civil de Maceió, pelo menos cerca de 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas por conta do afundamento do solo. Até 2019 a Braskem fazia a extração de sal-gema em 35 poços abertos na cidade de Maceió. Desde 2018, a região vive uma tensão, com abalos sísmicos que provocaram afundamento e rachaduras em cinco bairros da capital.

A disputa política na região é vista como pano de fundo, inclusive, para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Brasken, encampada pelo senador Renan Calheiros. O emedebista pretende, por exemplo, usar o colegiado para investigar a aquisição do Hospital do Coração pelo prefeito de Maceió, JHC, no valor de 266 milhões de reais.

Renan argumenta que a transação, feita após pagamento de indenização da Braskem por um desastre ambiental provocado pela empresa no início do ano, foi ilegal. O requerimento da CPI já foi lido em plenário, mas até o momento, apenas o MDB fez as indicações.