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10 mentiras que a pornografia te ensinou e você pensou que eram reais

Nem tudo que te faz ficar excitado nos filmes pornôs vão acontecer quando trazemos o sexo à vida real. Veja alguns mitos que a indústria ajudou a disseminar

Por Marie Claire 19/02/2024 09h09 - Atualizado em 19/02/2024 10h10
10 mentiras que a pornografia te ensinou e você pensou que eram reais
A indústria pornográfica pode mostrar várias coisas irreais sobre o sexo - Foto: Getty Images/iStockphoto

Levante a mão quem descobriu a maior parte do que sabe sobre sexo por meio da pornografia. A priori, não teria problema nenhum em ver por meio de uma tela um casal (ou um grupo de pessoas) transando – desde que essa narrativa fosse voltada para agradar aos olhos e ao tesão de todas as pessoas. Mas uma coisa que você pode não ter se tocado é que o que o pornô mostra, por anos, encaramos como algo real, uma verdade inquestionável.

E se eu te dissesse que muitas das imagens que fazem o gozo jorrar dos nossos buracos não são, necessariamente, reais? Desde de detalhes que parecem bestas e corriqueiros aos simbolismos por trás de determinadas cenas e dinâmicas: tudo isso, na imensa maioria das vezes, é mera ficção. Veja a seguir alguns mitos que a indústria pornográfica já te contou – e você acreditou.

1- A ejaculação masculina é considerado o ápice da pornografia (é só reparar: o cara goza, a câmera escurece, e fica muito evidências nos cumshots (a famosa "jatada na cara") e creampies (quando se ejacula dentro da vagina ou do ânus e o fio de esperma escapa). Mas, na maioria das vezes, o sêmen é falso. É habitual que se faça uma mistura de pasta de dente com lubrificante, que é liberada por um dispositivo bem pequeno que o ator pornô esconde na mão. Não se decepcione se sua ejaculação não for daquela consistência ou não vá parar no teto de casa. É muito mais provável que isso não aconteça.

2 - Da mesma maneira, nem tudo o que você vê na categoria squirting – a famosa ejaculação feminina – é verdade. Na maior parte das vezes, as atrizes só estão fazendo xixi. Na verdade, a comunidade médica e cientista diz que o squirting é um evento raro na vida sexual das mulheres, e não são todas que conseguem ter essa reação ao orgasmo.

3 - Variar e descobrir novas posições sexuais – das mais básicas às mais mirabolantes – é sempre bem-vindo. Mas calma lá: dificilmente você vai viver uma transa em que muda de posição sexual a cada 2 minutos. Muito menos vai sair se pendurando de formas diferentes no corpo do par todos os dias – até pode, mas sua disposição para isso não vai sempre estar lá. O barato mesmo é poder aprender aos poucos, sem pressão e sem que o sexo perca a graça e vire uma mera competição de elasticidade.

4 - Gemer no sexo é ótimo (aliás: homens cis hétero, não tenham medo. As mulheres amam), sinal de que a transa vai (muito) bem. Gritar? Claro, pode acontecer. Mas será que sempre? No pornô, os gemidos ganham uma função mais performática do que para sinalizar prazer – na maioria das vezes, eles são forçados.

5 - Transas de duas, três, quatro horas a fio não não necessariamente impossíveis, mas não quer dizer que elas sempre terão essa duração. Para você ter ideia, um estudo de 2005, feito por pesquisadores da Universidade de Utrecht, na Holanda, chegou à conclusão que o tempo médio de uma transa é de 5 minutos e 24 minutos. Dê valor para as rapidinhas, e pare de ver duração de sexo como sinônimo de sucesso libidinal.

6 - Quem disse que ser soca fofo é necessariamente ruim? Aquele sexo frenético, com penetração forte, funda e rápida, não é uma preferência universal. Tem quem não goste.

7 - Dificilmente você e a pessoa com quem está transando vão conseguir fazer penetração de um minuto para o outro. O sexo começa na cabeça: excitação requer mood, carícia, falar sacanagem ao pé do ouvido… enfim, preliminares são essenciais (e mais: nem todo sexo tem penetração, e tudo bem. O que importa é o prazer.).

8 - Por mais que atualmente existam pornôs feministas, que fazem questão de dar foco total no prazer das mulheres, sua forma de retratar o sexo ainda é exceção à regra. Por mais que o pornô seja pensado como um exibicionismo que atrai, sobretudo, aos homens, mulheres amam sexo, querem sentir prazer e querem gozar sim (por que não gostariam?).

9 - No pornô, o sexo com menstruação é tabu e praticamente nada falado, mas ele existe. Você só vai dar de cara com esses vídeos para que sejam encontrados – na indústria, passou a ser considerado fetiche. Mas transar menstruada não só é perfeitamente normal e nada nojento: é saudável e pode ser ainda mais prazeroso. Além de agir como um lubrificante natural, que facilita a penetração, há estudos que apontam que transar menstruada diminui cólicas menstruais e dores de cabeça.

10 - Lésbicas, mulheres trans e travestis e mulheres maduras que são mães são as protagonistas de três das mais famosas categorias pornográficas: “lesbians”, “transgender” e “MILF” (Mothers I’d Like To Fuck, ou, em português, Mães Que Eu Gostaria de Foder). Uma coisa é certa: na vida real, essas mulheres têm todo direito de transar, gozar, se divertir e exercer suas sexualidades com plenitude. Mas nunca, jamais, devem ser reduzidas ao mero e falso posto de fetiche dos homens.