Especialista explica importância da criação de barragens para conter enchentes em Alagoas
Além de preservar vidas e danos materiais, as barragens poderiam gerar atividades econômicas para o estado
Após a tragédia climática que afetou mais de 2 milhões de pessoas no Rio Grande do Sul, se intensificaram os debates sobre as crises climáticas em todo país e a necessidade de prevenção desses eventos. No programa Antena Manhã da Rede Antena7, realizado na última segunda-feira (10), o especialista Alex Gama afirmou, durante entrevista, que a criação de barragens é crucial para reduzir os danos das enchentes em Alagoas.
Alex, engenheiro especializado em recursos hídricos e ex-secretário de Meio Ambiente do Estado, enfatizou que as enchentes são fenômenos naturais e que a ocupação humana indevida de áreas antes pertencentes aos rios agrava esse problema. Além disso, ele contou que a principal questão durante esses eventos é o elevado volume de água que desce rapidamente, resultando em grandes enxurradas.
De acordo com o especialista, outro fator que agrava as enchentes em Alagoas é a origem das águas em grandes altitudes, como nos morros de Garanhuns. Quando essa água precipita de altitudes de até 1000 metros - em relação ao nível do mar - em Pernambuco e desce cerca de 700m para Alagoas, a velocidade provoca destruições.
Para evitar devastação e tragédias, o segredo seria a dissipação da energia dessa água. ”Tem que ter estruturas físicas que segurem essa água e essa velocidade e deixar [a água] descer mais lenta e com um tempo menor. Essas estruturas seriam as barragens”, apontou Alex.
O ex-secretário também revelou que nesse trajeto de Pernambuco para Alagoas não existem barragens e nenhuma foi construída após as cheias de 2010. Enquanto no estado vizinho, conseguiram fazer uma barragem de 300mi de m³ que reduziu problemas.
A importância de se criar contenções para os alagamentos também pode resolver questões como a seca. Em março de 2020, durante as cheias no Rio Ipanema, foram mais de 500m³ água por segundo em direção ao Rio São Francisco, que poderiam ser acumulados. “Se a água de só um dia fosse armazenada você conseguiria o desenvolvimento de toda a Bacia Leiteira”, expôs o especialista.
Outro ponto, é a economia ser fortalecida com o retorno dos investimentos em represas. Isso poderia significar uma redução nos gastos do estado com auxílios e assistências para pessoas que sofreram perdas de casas e bens durante as enchentes. Como em 2010, quando os prejuízos estimados alcançaram cerca de 2 bilhões de reais.
Os resultados desses empreendimentos podem não ser imediatos, mas prometem trazer grande retorno financeiro, conforme os cálculos do engenheiro. “Daria mais de R$ 1bi ou até R$ 1,5bi por ano na economia do estado. Daria por ano aquilo que gastou em um evento”.
As atividades potencializadas pela represa incluem a geração de energia, projetos de irrigação, produção de peixes e outros animais, e até área de lazer, proporcionando benefícios e desenvolvimento para cidades locais.
Para conferir a entrevista completa, é só clicar aqui.
O Antena Manhã vai ao ar de segunda a sexta, das 7h às 10h.
*Estagiário sob supervisão da redação