Polícia

Em suas redes sociais mãe expõe tio paterno que teria abusado de criança

Abuso aconteceu durante visita à casa de genitor, onde agressor também morava

Por 7segundos com redes sociais 09/08/2024 14h02
Em suas redes sociais mãe expõe tio paterno que teria abusado de criança
O pai da criança não acredita que seu irmão teria cometido o crime - Foto: Reprodução

Uma moradora do bairro Clima Bom, na parte alta da Capital, usou as redes sociais nesta quinta-feira (08) para expor um caso de abuso sexual cometido contra a filha, quando a menina tinha 3 anos de idade. O abusador seria tio paterno da criança.

A mulher, que gravou o vídeo relatando todo o caso, que aconteceu há um ano e um mês, conta que foi motivada a vir a público devido um processo judicial movido pelo genitor da criança contra ela, com quem tinha acordo de guarda compartilhada, que ela passou a descumprir devido o abuso descoberto.

Ela disse que ainda aguarda ação do poder judiciário para apreciação da denúncia formalizada junto à Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente, com acompanhamento do Conselho Tutelar da Região e suporte da Defensoria Pública.

“Pra mim é uma situação muito difícil porque eu fui abusada aos meus 12 anos e eu sei o quanto dói, o quanto traumatiza e eu sei o quanto machuca. E ver minha filha passar por isso não está sendo nada fácil, mas como mãe eu tomei minha iniciativa."

Segundo a mulher, o acordo que tinha com o ex-marido foi feito de maneira amigável e dizia que a criança ficaria durante a semana com a mãe e aos finais de semana com o pai. Ao voltar no início de uma semana, a mulher e seu atual marido começaram a notar comportamentos diferentes da menina, se escondendo atrás de móveis e portas e tocando as partes íntimas.

Ao questioná-la ela dizia que estava doendo, mas inicialmente não contou o que teria acontecido. Já no caminho para escola a menina teria deixado escapar que o tio, irmão do pai, a havia machucado quando brincava de médico com ela.

Abalada, a mãe deixou a filha na escola e pediu ajuda a familiares que a acompanharam ao conselho tutelar. Lá ela foi orientada e voltou no outro dia para ser ouvida junto com a criança, que em seguida foi levada ao Hospital da Mulher para receber atendimento psicológico e realizar exames físicos, que segundo a mãe, atestaram que a criança havia sido molestada.

Os passos seguintes, segundo a mãe, foi comunicar ao pai da meninas, que ainda de acordo com o relato, nunca acreditou que o irmão teria cometido o ato criminoso contra a sobrinha.

Diante da negativa e com orientação dos conselheiros tutelares a mãe passou a não mais permitir que a criança fosse com o pai para casa e ele passou a vê-la sempre nos dias em que a mãe estivesse de folga, devolvendo-a sempre no mesmo dia.


Relato da menina



A mãe apresentou ainda um vídeo gravado da menina sem que ela percebesse, no qual ela conta o que teria acontecido.

“Ele mexeu na minha florzinha. Ele perguntou se podia brincar com o meu ‘pipiu'”, fala a menina nas gravações.

Em um dos trechos mais emocionantes do relato a mulher conta que depois do abuso a filha não foi mais a mesma, apresentando comportamentos rebeldes e agressivos, em casa e na escola, onde seu rendimento caiu, além de ter pesadelos noturnos. A mãe acredita que esta seja uma reação ao trauma não processado.

A mulher conta que a situação veio se arrastando desta forma, enquanto aguardava o andamento do processo, até recentemente, quando em determinada ocasião – de data não especificada – o pai pediu para que a avó materna buscasse a criança e ao anoitecer ligou para a ex-mulher dizendo que não a devolveria naquele dia, somente na segunda-feira seguinte, já que o irmão havia deixado a casa onde moravam juntos.

Ao devolver a menina no dia indicado, a mulher conta que a criança chegou com febre, se sentindo mal e com comportamentos ainda mais alterados. Depois disso, ele teria informado que estava entrando com ação judicial contra a mãe da filha.