Hemoal registra aumento de 120% no número de alagoanos cadastrados para doação de medula óssea
No primeiro semestre de 2023 foram cadastrados 1.030 alagoanos; no mesmo período deste ano, o número saltou para 2.266 novos voluntários
O Hemocentro de Alagoas (Hemoal) já cadastrou 2.266 alagoanos para doação de medula óssea este ano. Os dados, encaminhados nesta quarta-feira (25) pelo Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), órgão vinculado ao Ministério da Saúde (MS), são relativos ao primeiro semestre, e representam um aumento de 120% quando comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram cadastrados 1.030 alagoanos.
O aumento do número de cadastros é fruto da intensificação das ações itinerantes realizadas pelo Hemoal ao longo deste ano. Paralelamente, neste período, o hemocentro alagoano também intensificou a divulgação das ações na imprensa e em suas mídias sociais, por meio de conteúdos pela Assessoria de Comunicação do órgão.
“Esse crescimento expressivo, conquistado nos seis primeiros meses deste ano, é fruto de muito trabalho e dedicação da nossa equipe de captação. De segunda a sábado, além de cadastrarmos em nossos postos fixos, em Arapiraca e Maceió, também promovemos ações itinerantes em escolas, universidades, empresas, condomínios, igrejas e ONGs [Organizações Não Governamentais]”, frisou a diretora do Hemoal, médica hematologista Verônica Guedes.
Entre os alagoanos cadastrados está Adriana Araújo, de 33 anos, que é técnica de enfermagem. “Já era doadora de sangue desde os 25 anos e, este ano, decidi me cadastrar também como doadora de medula óssea. Caso algum paciente seja compatível comigo, estou pronta para fazer a doação, porque entendo que salvar a vida de alguém é algo indescritível”, enfatizou.
Critérios
O voluntário que desejar se cadastrar como doador de medula óssea deve ter entre 18 e 35 anos, portar documentos como CPF ou RG, um comprovante de residência, além de estar em boas condições de saúde. Para se cadastrar, é necessário preencher um formulário e fazer a doação de 5 ml de sangue, cuja amostra será submetida a um exame laboratorial para obter o código genético.
Segundo explicou Verônica Guedes, por meio do código genético, será realizado um cruzamento com os dados do Cadastro de Receptores de Medula Óssea (Rereme). Com isso será verificado se o voluntário é compatível com algum dos pacientes que necessitam de uma doação de medula óssea.
Se o voluntário que se cadastrou for compatível geneticamente com um receptor, ou seja, com um paciente que precisa do transplante de medula óssea, serão realizados exames complementares. “Com a constatação da compatibilidade, o potencial doador será convocado para realizar o procedimento, e o Ministério da Saúde irá arcar com todos os custos”, especificou Verônica Guedes, ao informar que, no total, já são 64.613 alagoanos cadastrados no Redome e que estão preparados para a doação de medula óssea.
O procedimento
No ato da doação, o voluntário passa por uma punção na medula óssea, que não deve ser confundida com a coluna vertebral. Por meio deste procedimento, é retirada uma quantidade de um líquido esponjoso, que será utilizado para ser transplantado em um paciente portador de uma doença hematológica, em que a mais comum delas é a leucemia.
Após 48 horas, o voluntário já poderá retomar as suas atividades normais, uma vez que o procedimento é considerado simples. “Entretanto, até chegar neste momento, é necessário travar uma batalha para conseguir um doador compatível, pois devido à miscigenação brasileira, para cada 100 mil pessoas cadastradas, apenas uma terá a medula óssea compatível com um receptor”, enfatizou a hematologista do Hemoal.