Polícia

PF indicia Bolsonaro, Braga Netto e mais 35 pessoas por tentativa de golpe

É a primeira vez que um presidente eleito no período democrático é indiciado como responsável por tramar contra a democracia no país

Por 7Segundos, com Uol 21/11/2024 15h03
PF indicia Bolsonaro, Braga Netto e mais 35 pessoas por tentativa de golpe
Ex-presidente Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução/Poder360

A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira (21) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o general Braga Netto (PL) e mais 35 pessoas por suspeita de crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Pela primeira vez, um presidente eleito no período democrático é indiciado como responsável por tramar contra a democracia no país.

Segundo as investigações, os indiciados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, com formação dos seguintes grupos: núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral; núcleo responsável por incitar militares à aderirem ao golpe de estado; núcleo jurídico; núcleo operacional de apoio às ações golpistas; núcleo de inteligência paralela e núcleo operacional para cumprimento de medidas coercitivas.

De acordo com a polícia, isso teria permitido a "individualização das condutas e a constatação da existência de grupos".

Foram reunidos vídeos, mensagens de celular, gravações, depoimentos da delação premiada de Mauro Cid e um conjunto de documentos. A equipe da Diretoria de Inteligência da Polícia Federal reuniu um grande conjunto de elementos por cerca de um ano. O material inclui uma minuta de um decreto golpista para decretar "Estado de sítio" no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o vídeo de uma reunião ministerial de Bolsonaro na qual o então presidente chega a afirmar que era necessário agir antes das eleições.

A investigação também aponta que auxiliares de Bolsonaro ajudaram a difundir ataques às urnas, que seria uma estratégia de questionar a legitimidade da disputa eleitoral, sendo da mesma forma estratégia dos militares na trama golpista.

O próximo passo é o STF encaminhar o relatório à Procuradoria Geral da República (PGR), que vai analisar tudo o que foi levantado pela corporação e decidir se denuncia ou não os envolvidos.