Antes de matar o filho e o ex-cunhado, major gravou vídeos enquanto estava preso na Academia da PM
Major Pedro Silva estava preso desde o dia 10 de janeiro, após denúncia de agressão à ex-esposa

Mesmo custodiado na Academia da Polícia Militar de Alagoas desde janeiro, o major da reserva Pedro Silva gravou dois vídeos no final de maio, dias antes de fugir da unidade, sequestrar familiares da ex-mulher e cometer um duplo homicídio. As gravações expõem falhas graves de segurança dentro da estrutura militar.
Em um dos vídeos, com data de 28 de maio, o major questiona a legalidade de sua prisão. Ele afirma estar detido com base na Lei Maria da Penha após uma briga com a ex-companheira. “Ela me agarrou, me arranhou. Tentei me desviar e acabei a empurrando. Ela teve um hematoma no rosto. Não tive intenção de machucá-la”, diz, justificando que o ferimento teria ocorrido durante a tentativa de se soltar da mulher.
No segundo vídeo, gravado no dia seguinte, Pedro Silva afirma ter interrompido a primeira gravação por conta da chegada de pessoas no local onde estava preso. Ele então continua seu relato e, desta vez, passa a insinuar que estava sendo traído pela ex-companheira. Ao longo do vídeo, faz comentários ofensivos sobre ela e pessoas próximas.
As gravações, com cerca de sete minutos cada, revelam que o major tinha acesso a um aparelho [supostamente um celular] mesmo estando custodiado em uma instalação militar, sob responsabilidade da própria corporação. O 7Segundos questionou a Polícia Militar de Alagoas sobre como o equipamento chegou às mãos do detento e como ele conseguiu deixar a unidade dias depois, mas até o momento não houve esclarecimentos oficiais.
O major Pedro Silva estava preso desde o dia 10 de janeiro, após denúncia de agressão à ex-esposa. A prisão ocorreu fora do flagrante, em via pública, e foi conduzida por três viaturas da PM.
As imagens gravadas dentro da Academia da PM agora se somam às investigações que apuram a responsabilidade pela fuga e os desdobramentos trágicos do caso.
Após escapar, o major sequestrou familiares da ex-mulher e assassinou o próprio filho, de 10 anos, e o ex-cunhado que também era sargento da Polícia Militar. O major foi morto durante confronto com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) no sábado (07).
*Estagiário sob supervisão
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