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Irã fala em 'grande vitória' e anuncia fim do conflito com Israel; ambos países sinalizaram cessar-fogo

Presidente iraniano diz que Teerã venceu guerra após 12 dias, e Israel afirma que voltará a concentrar esforços na Faixa de Gaza. Cessar-fogo foi anunciado por Trump.

Por 7segundos com G1 24/06/2025 16h04
Irã fala em 'grande vitória' e anuncia fim do conflito com Israel; ambos países sinalizaram cessar-fogo
Conflito Israel e Irã - Foto: CNN

O Irã declarou nesta terça-feira (24) o fim do conflito com Israel, após 12 dias de combates. Do lado israelense, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Eyal Zamir, confirmou o fim dos ataques ao território iraniano e afirmou que o foco agora voltará a ser a Faixa de Gaza.

A declaração iraniana ocorre horas após o início de um cessar-fogo, anunciado pelos Estados Unidos na noite anterior e mediado com apoio do Catar. Ambos os países sinalizaram adesão à trégua.

Segundo a imprensa estatal iraniana, o presidente Masoud Pezeshkian classificou o desfecho como uma "grande vitória" para a nação e afirmou que a guerra foi "imposta ao Irã pelo aventurismo de Israel".

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, havia dito na véspera que "a nação iraniana não é uma nação que se rende", sinalizando que o país manteria firmeza mesmo após os ataques americanos e israelenses.

O Comando Militar Conjunto do Irã afirmou que Israel e os Estados Unidos devem "aprender com os golpes esmagadores" sofridos durante os ataques iranianos — tanto no território israelense quanto na base americana de Al-Udeid, no Catar.

O Irã afirmou que deve reabrir seu espaço aéreo ainda esta noite após 12 dias fechado. Contudo, o site "FlightRadar 24", que monitora voos em todo o mundo, informou que ainda nesta terça-feira alguns voos internacional estavam partindo e chegando por Teerã por meio de uma permissão especial.

Sob pressão de Trump, cessar-fogo frágil entre Israel e Irã entra em vigor

O cessar-fogo entrou em vigor nas primeiras horas desta terça-feira (1h da manhã no horário de Brasília), segundo anúncio feito pelo presidente dos EUA, Donald Trump. No entanto, relatos de novos ataques em Teerã e declarações cruzadas entre os envolvidos colocaram o acordo sob incerteza logo nas primeiras horas.

Trump afirmou que tanto Israel quanto Irã violaram os termos da trégua, negociada com participação ativa do Catar, e que estava "insatisfeito com os dois lados".

"Israel tem de se acalmar. Tenho de fazer Israel se acalmar", disse Trump ao embarcar para a cúpula da Otan, em Haia. Em uma rede social, o presidente dos EUA alertou: "Israel, não jogue suas bombas. Se fizer isso, será uma grande violação."

Israel diz que foco agora será Gaza

Do lado israelense, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Eyal Zamir, afirmou que Israel encerrou um "capítulo significativo" no confronto com o Irã e que as forças israelenses voltarão a concentrar esforços contra o grupo terrorista Hamas.

"Nosso foco agora é resgatar os reféns em Gaza e desmantelar o regime do Hamas", disse.

Israel retomou bombardeios à Faixa de Gaza em março, após uma trégua de pouco mais de dois meses. Apesar de ter liberado ajuda humanitária, há relatos de filas longas e tiroteios nos pontos de distribuição de alimentos.

Papel dos EUA e do Catar na negociação

Trump anunciou o cessar-fogo após uma ligação com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu. Segundo a Reuters, o Irã também aceitou a trégua após contato mediado pelo primeiro-ministro do Catar, com envolvimento direto de altos funcionários da Casa Branca.

De acordo com uma fonte oficial americana, o Irã sinalizou que cumpriria o acordo caso não houvesse novos ataques de Israel. Participaram das negociações o vice-presidente J.D. Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial Steve Witkoff.

O acordo foi costurado horas depois de o Irã lançar mísseis contra a base americana de Al Udeid, no Catar, como resposta ao bombardeio de três instalações nucleares iranianas pelos EUA no sábado (21).