Os bunkers de alto luxo para bilionários se protegerem
Diferentemente dos abrigos subterrâneos comuns, onde o mais importante é garantir a proteção e sobrevivência das pessoas, o setor aposta em instalações fortificadas que oferecem conforto e uma série de regalias

O mundo do mercado imobiliário de alto padrão está abraçando um novo conceito: os bunkers de luxo, construídos para proteger bilionários de um possível "apocalipse" provocado por guerras, efeitos das mudanças climáticas e outras ameaças globais.
Diferentemente dos abrigos subterrâneos comuns, onde o mais importante é garantir a proteção e sobrevivência das pessoas, o setor aposta em instalações fortificadas que oferecem conforto e uma série de regalias: spa, alta gastronomia e projeções panorâmicas que simulam paisagens externas estão entre os atrativos dessas instalações.
Com isso, a experiência de "sobreviver ao fim do mundo" é transformada em algo próximo a um resort embaixo da terra.
Há alguns anos, Mark Zuckerberg, dono da Meta, chamou atenção ao anunciar seu plano de construir um complexo gigantesco no Havaí, com infraestrutura voltada para situações de calamidade. Além dele, Jeff Bezos, fundador da Amazon, tem investido em precauções semelhantes.
O mercado parece estar em expansão. Recentemente, a empresa americana Safe divulgou um projeto para construir mais de mil "santuários globais", ou seja, bunkers subterrâneos localizados em diferentes cidades do mundo.
Em entrevista à BBC News Brasil, Naomi Corbi, diretora de Operações e Prevenção Médica da companhia, disse que o projeto, chamado Aerie — palavra em inglês que significa ninho de águia —, funciona como um clube para membros exclusivos.
"A adesão só é possível por convite e é altamente seletiva. Não posso compartilhar muitos detalhes, mas [a adesão] não é para todo mundo."
Os valores para usar os bunkers "antiapocalipse" dependem do tamanho do espaço escolhido.
Um abrigo de 185 metros quadrados custaria em torno de 2 milhões de dólares (R$ 10, 8 milhões), mas o preço pode chegar a 20 milhões de dólares (R$ 108 milhões) para acomodações maiores.
Segundo Corbi, todas as instalações oferecem água, comida, abrigo, serviço médico ilimitado e sem restrição.
"Elas não dependem de rede elétrica, o que as torna à prova de pulsos eletromagnéticos", destaca.
Medidas de segurança e 'prisão interna'
A diretora da Safe afirma que os bunkers foram projetados para suportar longos períodos de isolamento debaixo da terra e contam com estratégias para situações de conflito de equipes de serviço, entre elas uma 'prisão interna'.
"Sempre existe a possibilidade de comportamentos inesperados ou inaceitáveis. Há diversas medidas de contingência construídas nos abrigos. A mais direta é uma prisão que cada instalação possui."
Segundo Corbi, a prisão funcionaria "como qualquer centro de detenção de alto padrão".
"É uma suíte preparada para manter pessoas em isolamento, mas que permite comunicação e interação", destaca.
A decisão sobre quem seria detido ficaria a critério do cliente.
Os bunkers Aerie são classificados como SCIFs (sigla em inglês para Sensitive Compartments Information Facility), ou seja, eles têm medidas de segurança extremamente rigorosas, estruturas protegidas contra vigilância eletrônica, como a sala de crise da Casa Branca.
Corbi avalia que há uma demanda crescente por esses abrigos luxuosos diante dos desafios geopolíticos atuais.
"A humanidade está em um caminho perigoso, a ser digitalmente aprisionada e completamente controlada, sem solução à vista", e acrescenta:
"O Aerie é soberano, onde a privacidade reina, o acesso é ilimitado e a discrição é absoluta", afirma.
Questionada se a empresa tem clientes do Brasil, Corbi se esquivou, mas disse que a Safe "está ansiosa para atender a essa região do mundo."
"O Brasil não está alheio às profundas preocupações com a segurança."
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