Segurança

Jornalismo e violência de gênero: evento em Maceió debate papel da imprensa na proteção das mulheres

O ciclo Tendências e Soluções reforçou que a informação, quando tratada com responsabilidade e sensibilidade, é uma das ferramentas mais poderosas na luta contra a violência de gênero

Por Lane Gois 21/08/2025 20h08
Jornalismo e violência de gênero: evento em Maceió debate papel da imprensa na proteção das mulheres
A edição especial do evento promovida pela AMA buscou sensibilizar os profissionais da comunicação sobre o impacto de seu trabalho - Foto: Marcos Sousa

A violência contra a mulher permanece como um dos grandes desafios da sociedade brasileira. Nesta quinta-feira (21), jornalistas, especialistas e representantes de instituições públicas e privadas se reuniram em Maceió para discutir como a comunicação pode contribuir de forma mais eficaz para o enfrentamento dessa realidade. O debate aconteceu durante a 11ª edição do ciclo *Tendências e Soluções*, no auditório da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA).

O encontro reuniu profissionais da comunicação de todo o estado de Alagoas, incluindo jornalistas, radialistas, publicitários, relações públicas e designers gráficos  com o objetivo de promover boas práticas na cobertura de casos relacionados à violência de gênero. A proposta central do evento foi qualificar a produção jornalística, evitando a reprodução de estigmas, estereótipos e discursos discriminatórios.

Realizado em pleno Agosto Lilás  mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher , o evento reforçou a necessidade de um jornalismo mais sensível, responsável e alinhado com os direitos humanos. A superintendente de Comunicação de Alagoas, Fátima Almeida, destacou que é essencial refletir sobre o papel da imprensa na construção de narrativas que ou contribuem para a proteção das mulheres ou, inadvertidamente, reforçam ciclos de violência.

 “De que maneira nós, enquanto profissionais, estamos contribuindo para reduzir os índices de violência contra a mulher? E de que forma, com o nosso trabalho, podemos também acabar reproduzindo conceitos que perpetuam essa violência?”, questionou Fátima.

A diretora de Relações Institucionais da Ajor (Associação de Jornalismo Digital), Carla Egídio, também participou das discussões e ressaltou a importância da abordagem responsável do tema nos meios digitais.

 “O jornalismo precisa pautar o interesse público, formar a audiência sobre questões fundamentais, como o enfrentamento à violência de gênero. Isso vai além da cobertura de casos: é preciso mostrar caminhos, serviços de apoio, e tratar o tema com respeito e profundidade”, afirmou Carla.

A edição especial do evento promovida pela AMA buscou sensibilizar os profissionais da comunicação sobre o impacto de seu trabalho. De acordo com os organizadores, ainda há jornalistas que não compreendem plenamente a necessidade de uma abordagem protetiva em relação às mulheres — muitas vezes, não por má-fé, mas por falta de capacitação.

O ciclo Tendências e Soluções reforçou que a informação, quando tratada com responsabilidade e sensibilidade, é uma das ferramentas mais poderosas na luta contra a violência de gênero. Além de denunciar, o jornalismo também deve educar, orientar e promover uma cultura de respeito e equidade.


*Estagiário sob supervisão