Ex-goleiro do CRB é condenado a mais de 24 anos de prisão por estupro de criança de nove anos
O atleta foi o goleiro CRB no ano de 1992, e também titular do time do Sport Clube do Recife, onde que venceu o Campeonato Brasileiro de 1987

A Justiça condenou, em primeira instância, o ex-goleiro do Clube de Regatas Brasil (CRB) Flávio Barros Bruno da Silva por estuprar uma criança de 9 anos e uma adolescente de 13 enquanto foi dono de uma escolinha de futebol no bairro da Caxangá, na Zona Oeste do Recife. O atleta foi o goleiro CRB no ano de 1992, e também titular do time do Sport Clube do Recife, onde que venceu o Campeonato Brasileiro de 1987.
A reportagem do g1 teve acesso às informações sobre os processos, que tramitam em segredo de Justiça. No primeiro caso, ele foi condenado a dez anos e quatro meses de prisão e, no segundo, a 14 anos, quatro meses e 21 dias de reclusão pelo crime de estupro de vulnerável. Somadas, as penas equivalem a 24 anos, 8 meses e 21 dias e devem ser cumpridas inicialmente em regime fechado.
O ex-jogador também respondia a uma terceira acusação de estupro, da qual foi absolvido. Procurada, a defesa de Flávio Barros Bruno da Silva disse que considera as duas condenações injustas e vai recorrer das decisões (veja resposta abaixo).
As duas sentenças foram publicadas pelo juiz Rodrigo Flávio Alves de Oliveira pouco mais de um ano após as denúncias. Em julho de 2024, o dono da escolinha "CT do Flávio" foi preso preventivamente e agora responde aos processos em liberdade. Os nomes das vítimas e dos parentes delas não serão divulgados, em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente.
A primeira condenação saiu no dia 3 de setembro e se refere ao caso que envolveu uma menina de 9 anos, ocorrido no dia 29 de abril de 2024. Na época, a mãe da criança contou ao g1 que costumava ir com a menina à escolinha para acompanhar o irmão da garota, que era aluno da unidade, e assistir aos jogos dos quais ele participava.
Segundo o relato, sempre que elas iam à escolinha, o professor oferecia à menina um dos bichos de pelúcia que guardava no depósito onde ficavam os uniformes dos estudantes.
De acordo com a mulher, a criança foi pegar um bicho de pelúcia no local e voltou minutos depois, demonstrando um comportamento atípico. No dia seguinte, segundo a mãe, ela contou que o homem a colocou no colo, esfregou a genitália em seu bumbum e tocou em suas partes íntimas.
Mais um caso
A segunda sentença foi publicada no dia 5 de setembro e faz parte de um processo movido a partir de uma denúncia feita pela família de uma adolescente. Segundo os parentes da vítima, a jovem era aluna da escolinha e denunciou a violência que sofria após a repercussão do primeiro caso.
Conforme os relatos, a estudante foi abusada sexualmente em três ocasiões no ano passado, quando tinha 13 anos.
De acordo com a denúncia, a aluna guardava a mochila numa sala e, ao entrar no local para pegar a bolsa ao fim de uma aula, foi abordada pelo professor, que teria trancado a porta para impedi-la de sair.
Ainda segundo os familiares da adolescente, o acusado tentou tocar nas partes íntimas dela enquanto exibia a própria genitália. Ao tomar conhecimento do caso, a família prestou um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA).
O que diz a defesa
Procurados pelo g1, os advogados Eduardo Trindade, Fernando Lacerda Filho e Bruno Lacerda, que representam Flávio Barros Bruno da Silva, informaram, por meio de nota, que as ações penais correm em segredo de Justiça, razão pela qual estão impedidos de fornecer mais detalhes sobre os casos.
A defesa afirmou, ainda, que, apesar de ter sofrido duas condenações "reputadas injustas", o réu foi absolvido de um terceiro processo. Os advogados também declararam que permanecem confiantes de que a justiça vai prevalecer e que ele será inocentado das acusações, no futuro julgamento dos recursos, "por não haver cometido qualquer delito".
Quem é Flávio Barros Bruno da Silva
Professor e dono da escolinha "CT do Flávio", Flávio de Barros Bruno da Silva foi jogador de futebol entre os anos 1980 e 1990;
Ele atuou como goleiro titular do Sport em 1987, ano em que o time rubro-negro venceu o Campeonato Brasileiro, título que também foi reivindicado pelo Flamengo nas décadas seguintes;
Nas redes sociais, o ex-goleiro dizia que permaneceu no Leão entre 1982 e 1990;
Além do Sport, o ex-atleta também trabalhou no Santa Cruz e em outros times, como Auto Esporte (PB), Sampaio Correia (MA), CRB (AL), Fortaleza (CE) e Remo (PA);
No Instagram, o ex-jogador informava que abriu a escolinha CT do Flávio há mais de 27 anos, "com um acúmulo de mais de 180 títulos", treinando várias crianças que hoje atuam como profissionais, em turmas formadas por jovens de 4 a 17 anos.
Após as acusações contra o ex-jogador, a escolinha deixou de funcionar.
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