Justiça

Promotor mostra fotos de serial killer em túmulos: ‘maior assassino em série de Alagoas’

Antônio Vilas Boas classificou Albino como um “sádico” e um “pervertido sexual” durante quinto julgamento do réu

Por Wanessa Santos 31/10/2025 11h11 - Atualizado em 31/10/2025 12h12
Promotor mostra fotos de serial killer em túmulos: ‘maior assassino em série de Alagoas’
Promotor de Justiça Antônio Vilas Boas apresenta provas dos crimes de Albino Santos de Lima, o serial killer de Alagoas - Foto: Assessoria MPAL

O promotor de Justiça Antônio Vilas Boas, responsável pela acusação do réu Albino Santos de Lima, ressaltou, durante sua fala no quinto julgamento do serial killer, que o tribunal do júri está julgando o maior assassino em série do estado, e um dos maiores do Brasil. Com isso, o promotor reforça a responsabilidade do Conselho de Sentença do julgamento em analisar e julgar o réu conforme a gravidade de seus crimes. Ele classificou Albino como um “sádico” e um “pervertido sexual”.

A audiência ocorre mais uma vez no Fórum localizado no bairro Barro Duro, em Maceió, e teve início na manhã desta sexta-feira (31). O promotor, que atua na acusação de Albino desde o primeiro julgamento do réu, disse que não tinha mais intenção de seguir participando dos júris de Albino por não suportar mais ver a sua cara, mas, pelo compromisso com a justiça, ele decidiu continuar.

Vilas Boas afirmou que o réu (bem como sua defesa), desde o início de seus julgamentos apresenta falas fantasiosas na tentativa de convencer o júri de que é inimputável, buscando uma pena mais branda ou, quem sabe, até mesmo a absolvição de seus crimes.

“Os senhores estão diante de um psicopata e isso não significa que seja um doente mental, ele tem consciência dos seus atos, faltando apenas empatia, ele não se compadece do ser humano. No primeiro julgamento, ele tentou entrar numa conversa que agia porque ouvia vozes do além, do Arcanjo Miguel, e quer usar até hoje. Mas, vou mostrar aos senhores o que ele falou das vítimas desse júri", revelou o promotor.

Em sua fala, Vilas Boas ressaltou a frieza e premeditação do réu que cometia os crimes e conseguia manter-se fora do radar da polícia. Além de matar suas vítimas, Albino printava as reportagens que eram veiculadas na mídia sobre as mortes e as guardava em pastas no seu aparelho celular. Fora isso, ele também acompanhava as reações de amigos e parentes das vítimas em redes sociais, e também fazia prints que foram descobertos pela polícia durante as investigações.

Como se já não bastasse a frieza do assassino durante a execução dos homicídios, que atirava contra as pessoas a queima-roupa e não poupava quem estivesse próximo no momento dos crimes, Albino também chegava a ir até os cemitérios onde suas vítimas eram sepultadas e fazia selfies com seus túmulos. Tudo isso foi novamente descrito pelo promotor durante sua apresentação no tribunal do júri, demonstrado para os jurados com as imagens que foram retiradas do celular de Albino.

Justificativas do réu


O promotor de Justiça, Antônio Vilas Boas lembrou ao júri que Albino já tentou “justificar” seus atos acusando as vítimas de terem envolvimento com atividades ilícitas, e que estaria “limpando” a região dessas pessoas.

Sobre a Tamara, Albino teria dito em depoimento anterior que a mesma era faccionada, envolvida com drogas, da mesma forma que o Gustavo e a Leidjane, os dois sobreviventes do mesmo atentado que tirou a vida da jovem, de apenas 21 anos. Por essa razão Albino teria então decidido matar os três.

Outra estratégia do réu foi alegar que ouvia vozes ordenando que ele cometesse os crimes. Em um de seus julgamento, a defesa chegou a acusar uma figura religiosa, o Arcanjo Miguel, de ter sido o autor intelectual dos homicídios.

A defesa

O advogado de Albino Santos de Lima, Geoberto Bernardo de Lima, tentou argumentar, mais uma vez, que o réu sofre de “insanidade mental”, o que o caracterizaria como inimputável, ou seja, ele não teria consciência da ilicitude de seus atos. Além disso, o advogado também disse que a morte de Tamara Vanessa não foi premeditada, descartando a tese de feminicídio.

A defesa ainda tentou colocar Albino como uma espécie de vítima de sua suposta condição mental, dizendo que: "o ser humano, via de regra, é bom. Ele só comete o mal quando está com defeito".

Geoberto, assim como fez no último julgamento de Albino, ficou de frente para os familiares das vítimas no tribunal e pediu perdão por estar ali defendendo Albino.