Sintietfal repudia feminicídio no Cefet-RJ e cobra ações contra misoginia nas instituições
Sindicato destaca que crime expõe ambiente de assédio e discriminação enfrentado por servidoras em cargos de liderança
O Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional em Alagoas (Sintietfal) divulgou nota, nesta segunda-feira (1º), manifestando repúdio ao feminicídio ocorrido nas dependências do CEFET-RJ na última sexta-feira (28). No crime, o pedagogo João Antônio Miranda Tello Ramos Gonçalves assassinou a tiros duas servidoras, a psicóloga Layse Costa e a pedagoga Allane Pedrotti.
Segundo o sindicato, as vítimas foram mortas enquanto exerciam suas funções e o ataque teria sido motivado pelo fato de ambas ocuparem cargos de chefia. Para a entidade, o caso expõe a violência misógina presente em instituições públicas e evidencia outras formas de agressões vividas por servidoras, como assédio sexual, assédio moral e discriminação.
Na nota, o Sintietfal ressalta que esse tipo de violência costuma começar de maneira “sutil”, por meio de piadas, intimidações e condutas abusivas mascaradas de conflitos rotineiros. O sindicato cita dados oficiais que mostram que mulheres continuam sendo o principal alvo de assédio no ambiente de trabalho.
A entidade também defende que órgãos públicos implementem políticas efetivas de enfrentamento à violência de gênero e de fortalecimento da saúde mental de trabalhadores. Para o Sintietfal, o feminicídio no CEFET-RJ deve servir como alerta e marco para ações mais rígidas de prevenção.
O sindicato finaliza afirmando que violência contra mulheres em posições de liderança é recorrente, mas que o medo não pode paralisar a luta por ambientes institucionais seguros.
Leia a nota na íntegra:
O Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional no Estado de Alagoas, Sintietfal, vem a público manifestar seu veemente repúdio ao crime de feminicídio ocorrido nas dependências do CEFET-RJ, bem como manifestar apoio e solidariedade à comunidade acadêmica e familiares das vítimas.
No fatídico dia 28 de novembro de 2025, o pedagogo João Antônio Miranda Tello Ramos Gonçalves assassinou a tiros duas colegas, a psicóloga Layse Costa e a pedagoga Allane Pedrotti, enquanto estas desenvolviam suas funções, motivado pelo ódio que sentia por elas, unicamente, pelo fato de serem mulheres em cargos de chefia.
Essa violência misógina no âmbito das nossas instituições não é uma exceção, no entanto, torna notórios outros tipos de violências de gênero que sofrem servidoras no exercício de suas funções: o assédio sexual, o assédio moral, o assédio moral organizacional e a discriminação. Tais violências são manifestadas de distintas formas: de piadas sexistas a reuniões intimidatórias; de convites e elogios abusivos a difamação; de interrupções desrespeitosas as alusões à incapacidade; de críticas por engravidar a segregação no ambiente de trabalho. Assim, nossas instituições refletem a cruel violência de gênero que estrutura nossa sociedade construída sobre as bases do machismo e do patriarcado.
O Governo Federal instituiu um GTI (Grupo de Trabalho Interministerial) sobre assédio no ambiente de trabalho por meio do Decreto nº 11.534, de maio de 2023, e um dos seus resultados foi a confirmação de que mulheres são o principal alvo de assédio, e uma das ações foi a atualização do Guia Lilás. Conforme a Agência de Notícias da Câmara: “Muitas vezes, os assédios e as discriminações começam de forma sutil, disfarçados como uma brincadeira de mau gosto ou um conflito momentâneo, dificultando sua percepção como uma violação grave. Essa violência, geralmente psicológica, atinge principalmente mulheres, pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+ e com deficiência, e deve ser combatida antes que se agrave. Segundo estudo realizado pela Ouvidoria-Geral da União com dados da plataforma Fala.Br, 87% da possível vítima de assédio sexual é do gênero feminino e 95% dos denunciados por assédio sexual são do gênero masculino”. O IFAL também possui uma comissão acerca do assédio e esperamos que os dados coletados sejam publicados o mais rápido possível, e assim também identificarmos o impacto da violência de gênero em nossa instituição.
Esses dados reiteram o quanto ambientes de trabalho que reproduzem a violência sistêmica colaboram para o adoecimento de servidoras/es. Ou seja, o impacto direto é na saúde mental de servidoras. E é preciso não apenas falarmos sobre isso, mas desenvolver políticas institucionais que efetivamente protejam servidores e servidoras, evitando todas as formas de tragédias que temos presenciado, inclusive no IFAL.
É preciso combater a violência de gênero com medidas rígidas e investir em saúde mental nos ambientes de trabalho, tendo como foco o enfrentamento da masculinidade tóxica e da cultura misógina, para que tragédias, como essa que aconteceu no CEFET-RJ, possam ser lembradas como marco do início de uma política de intolerância à violência de gênero em suas mais variadas manifestações.
É hora de radicalizarmos a luta. Mulheres em posições de poder sofrem contínuas ameaças, intimidações e invalidações. Mas o medo do terror não pode nos paralisar.
Não vai ter silêncio!Vai ter luta!Lugar de mulher é onde ela quiser!
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