Flávio se isola na direita após receber bênção de Bolsonaro para 2026
Senador afirma que será adversário de Lula no ano que vem, mas partidos que poderiam formar aliança com o bolsonarismo têm outros planos
A oficialização da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência, anunciada na última semana, expôs o isolamento do senador entre partidos de centro e direita, que resistem a apoiar seu nome e seguem trabalhando para manter Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) como alternativa competitiva para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026
Apesar da força eleitoral do clã Bolsonaro, que carrega, junto com o sobrenome, o espólio político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dirigentes de siglas tradicionais do campo conservador afirmam publicamente que não pretendem aderir automaticamente ao projeto de Flávio.
Gilberto Kassab, por exemplo, é um dos que vocalizaram nesta semana que Tarcísio segue sendo a opção número 1 do PSD, sigla da qual é presidente nacional. Em declaração na quinta-feira (11/12), ele afirmou que deseja boa sorte a Flávio em sua campanha, mas que o atual governador de São Paulo “é o melhor candidato para o Brasil”.
Kassab ainda disse que, caso Tarcísio opte por tentar a reeleição no estado e sair da disputa à presidência no ano que vem, o PSD deve lançar um nome próprio. Os cotados, no momento, são os também governadores do Paraná, Ratinho Jr., ou Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul.
A posição de Kassab também encontra eco em outros partidos, que já deixaram claro que se fiam em outras opções para além do filho 01 de Bolsonaro.
O deputado Doutor Luizinho (PP-RJ), líder de um bloco na Câmara que reúne partidos de direita e centro, afirmou que a movimentação do senador pode fortalecer a busca da centro-direita por um nome próprio e que a decisão de Flávio “libera” a federação para construir outro projeto.
Até mesmo o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), aliado de primeira ora de Bolsonaro e ministro da Casa Civil durante a gestão do ex-presidente, afirmou dias depois do anúncio da escolha de Flávio que até apoiaria o senador, dado a sua proximidade, mas deu um recado: “Política não faz só com amizade”.
Idas e vindas de Flávio
A pré-candidatura ganhou contornos ainda mais complexos devido às idas e vindas do próprio Flávio nos dias posteriores ao anúncio formal, feito na última sexta-feira (5/12)
Após surgirem especulações de que a escolha de seu nome pelo pai poderia ser um “balão de ensaio”, o senador declarou que sua permanência na corrida teria um “preço”, associando-o à aprovação da anistia no Congresso que beneficiasse Bolsonaro e outros condenados pelo 8 de Janeiro
Dias depois dessa fala, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautou o PL da Dosimetria, embora tenha dito a jornalistas que a decisão não era um resultado de pressões externas. O texto foi aprovado na madrugada de quarta-feira (10/12), após um dia de confusão na Câmara, e agora segue para o Senado, onde deve ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima semana.
Com a repercussão negativa, Flávio recuou e passou a afirmar que sua candidatura seria irreversível, tentando afastar a impressão de que estava condicionando sua decisão a avanços na pauta da anistia ou a outro “preço” político.
A mudança, porém, reforçou a leitura de fragilidade política entre dirigentes partidários e caciques de partidos que já relutavam em apoiá-lo.
Ainda assim, no início da semana, Flávio se reuniu com líderes partidários, incluindo Ciro Nogueira e o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, em um jantar em sua casa na tentativa de angariar apoio.
No dia seguinte, o senador afirmou: “Não é balão de ensaio, não tem volta. Mas a gente faz aqui o apelo de culpa: tem que caminhar com a gente desde o início”, pontuou sobre sua candidatura.
A oficialização de seu nome para o pleito do ano que vem ocorreu após uma visita de Flávio ao pai, que cumpre pena na sede da Polícia Federal em Brasília.
Segundo o filho 01, Jair Bolsonaro deu a bênção ao projeto eleitoral do filho, optando por manter o controle do espólio político dentro do clã, afastando a possibilidade de entrega desse capital eleitoral a figuras externas, como Tarcísio.
A decisão, contudo, veio em meio a uma disputa interna do próprio núcleo familiar que tinha a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no centro depois que a ex-primeira-dama questionou publicamente uma costura política do PL no Ceará e foi cobrada pelos enteados.
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