Avanço no nº de casos de Covid-19 reforça importância de endurecer isolamento social
Tendência é que surjam novos casos após população descumprir o isolamento
O salto significativo no número de casos confirmados de Covid-19 em Alagoas, nas últimas 48 horas, fez soar o alerta entre os profissionais de saúde mais uma vez nesta pandemia, principalmente entre médicos infectologistas. A preocupação deles é no sentido de que as pessoas não menosprezem o isolamento social, já que mesmo com essa estratégia em andamento – por meio de decreto estadual – há uma tendência de novos casos de coronavírus surgirem de maneira galopante em Alagoas.
O termômetro do descumprimento do isolamento social foi o feriado de Semana Santa, quando foi possível notar um número expressivo de pessoas nas feiras livres da capital e interior, em especial nos mercados de venda de peixe, e também em supermercados para a compra de ovos de Páscoa.
“Há mais doentes, sim. No último boletim [epidemiológico, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde] houve um aumento de 14 casos confirmados em um único dia e a expectativa é grande, de mais casos, considerando que houve uma frouxidão do isolamento por parte da população durante os dias da Semana Santa. Tem sido observado aglomeração no mercado público, em supermercados e nas filas em lotéricas, por exemplo”, alerta a infectologista Luciana Pacheco.
A médica acredita que há muito mais casos do que os notificados, já que estão sendo testados apenas pacientes graves internados. Casos mais leves, que compõem justamente a maioria das pessoas contaminadas, não aparecem no boletim de confirmações.
“Tem só uma ponta do problema aparecendo. No meu ponto de vista, só a vacina vai conseguir controlar a doença [Covid-19]. Enquanto ela não está pronta, nós precisamos adotar estratégias para diminuir aglomerações, reduzindo a transmissão do vírus entre as pessoas. O isolamento será para sempre? Claro que não. Mas nos próximos trinta dias, em que os casos devem atingir o pico, ficar em casa é a estratégia mais eficaz de proteção”, destaca a infectologista.