PF e Controladoria miram fraude em 6 mil exames da covid no interior do Maranhão
A investigação teve origem após ser detectado que o município havia contratado a empresa piauiense para aquisição de 6 mil testes rápidos de Covid-19, no valor de R$ 960 mil
A Controladoria Geral da União (CGU) e a Polícia Federal deflagraram nesta manhã de terça (2) operação Estoque Zero, que investiga a contratação de empresa fantasma registrada em Teresina, capital do Piauí, e contratada pela prefeitura de Pinheiro, cidade de 83,7 mil habitantes, localizada no norte do Maranhão, a 121,2 km de São Luís. De acordo com informações da CGU, a investigação teve origem após ser detectado que o município havia contratado a empresa piauiense para aquisição de 6 mil testes rápidos de Covid-19, no valor de R$ 960 mil. No entanto, nenhum exame foi efetivamente entregue à administração municipal.
Segundo a CGU, o acordo com o município de Pinheiro teve nota emitida em maio de 2020, que acusava a compra de 6 mil testes e o pagamento parcial de R$ 320 mil. À época, Luciano Genésio (PP) exercia o seu primeiro mandato à frente do Executivo da cidade - em 2020, ele foi reeleito para o cargo. A Controladoria explica que a suspeita de a compra ter sido 'simulada' é reforçada pelo fato de o município ter recebido doação de 2.240 testes da Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão e ter realizado, até início de agosto de 2020, apenas 1.381 testes na população.
A CGU informou que, além de Pinheiro, a empresa de fachada teria vendido 17,5 mil testes para outros três municípios nos estados do Maranhão, Piauí e Ceará, pelo valor total de R$1,075 milhão, sem nunca tê-los adquirido. Segundo a PF, os elementos colhidos pelos agentes revelaram que funcionários da Secretaria de Saúde e Saneamento de Pinheiro, em conluio com empresários de Teresina, simularam a compra e venda de testes rápidos, por meio da contratação de empresa de fachada que não forneceu a mercadoria.
A operação executou cinco mandados de busca e apreensão no município maranhense e em Teresina. Além disso, foram bloqueados bens e um servidor foi afastado. A CGU também retirou o sigilo sobre as trocas de mensagens entre os suspeitos por e-mail. A investigação contou com a participação de dois auditores da CGU e de 30 policiais federais. Segundo a PF, se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por fraude à licitação, peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
COM A PALAVRA, A PREFEITURA DE PINHEIRO (MA)
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Comunicação Social de Pinheiro e ainda aguardava resposta até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto a manifestações.