O promotor de Justiça Dênis Guimarães, da 1ª Promotoria de Justiça de Delmiro Gouveia, Sertão de Alagoas, confirmou que até o momento não recebeu nenhuma denúncia em relação a morte da gestante Tatiane Souza da Silva Oliveira, supostamente, provocada por negligência médica no Hospital Regional do Alto Sertão (HRAS), em Delmiro.

A denúncia foi feita pelo marido da vítima, conhecido pelo apelido de 'Moado', através das redes sociais.

Mãe de três filhos e moradora do bairro Jardim Cordeiro, em Delmiro, faleceu no último dia 17, três dias após ter a filha, no mesmo dia em que Tatiane completava 28 anos.

Segundo o marido da jovem, a esposa chegou ao HRAS no dia 8, com 39 semanas de gestação e lá a médica de plantão não aceitou realizar a cesária, informando que teria de ser um parto induzido.

Sozinha no hospital, após o nascimento da filha, na na madrugada de segunda-feira, dia 15, Tatiane, teria mandado mensagens para à família, pelo whatsapp, descrevendo o sofrimento durante o parto, que teria lhe causado bastante sofrimento.

"Eu pedi até para Deus me levar, pedi ao técnico para tirar ela de mim, que eu não aguentava mais. [...] Fiquei roxa, meus órgãos pareciam que iam explodir de uma vez", “Ela nem encaixada estava, e os técnicos disseram que o colo do útero estava alto”, escreveu a jovem.

Já em casa, após receber alta, Tatiane continuou a sentir febre alta e dores intensas, que, segundo os familiares, foram negligenciadas pela equipe médica. Ela retornou ao HRAS na sexta-feira, dia 17, com piora dos sintomas, mas não resistiu e veio a óbito no sábado, dia 18.

Porém, o promotor de Justiça enfatizou que é necessário que o marido ou a família da jovem formalizem a denúncia para que o Ministério Público Estadual (MPE) possa investigar.

O representante do MPE explicou que o mesmo hospital é alvo de várias investigações, por conta de outras denúncias, destacando-se casos de mortes de bebês em 2023 e 2024.