Futebol

Crise nos bastidores do CSE: dirigentes denunciam irregularidades e disputas internas

Falas feitas em uma entrevista em um programa da Rádio Sampaio

Por 7segundos 15/04/2025 13h01
Crise nos bastidores do CSE: dirigentes denunciam irregularidades e disputas internas
CSE vence o Sergipe na Série D - Foto: Divulgação

O presidente do Clube Sociedade Esportiva (CSE), José Barbosa, juntamente com o Roberval Cavalcante e o advogado Zenicio Neto, estiveram presentes noite dessa segunda-feira (14), em uma entrevista em um programa da Rádio Sampaio para esclarecer sobre os recentes conflitos administrativos que têm abalado os bastidores do clube. 

Durante a entrevista, José Barbosa lamentou o impedimento de sócios fundadores de participarem da última assembleia do clube, realizada na quinta-feira (10) anterior. Ele afirmou não ter reconhecido a legitimidade da reunião e, por isso, se recusou a votar na eleição de Ibson Melo como presidente do Conselho Deliberativo.

O advogado Zenicio Neto, que defende Barbosa, acusou a atual gestão de ferir oito artigos do estatuto do clube, entre eles o Artigo 8º, que proíbe funcionários do CSE de ocuparem cargos de sócios ou diretores. Segundo ele, o estatuto original do clube permanece em vigor, e a tentativa de atropelar suas diretrizes será judicialmente contestada assim que a ata da reunião for oficialmente entregue.

Zenicio também afirmou que as exonerações realizadas por Barbosa ainda têm validade e só aguardam oficialização. A medida estaria amparada no Artigo 50 do estatuto.

Denúncias graves contra Ibson Melo

Barbosa revelou que Ibson Melo inicialmente se apresentou como investidor do clube, em um momento de fragilidade financeira, e ofereceu recursos com juros de 39%. No entanto, segundo ele, o ex-jogador teria aproveitado a situação para tentar tomar o controle do CSE. “Daqui a dois anos, a ideia dele era sanar as dívidas, vender o clube e ir embora”, acusou o dirigente.

Durante a entrevista, Barbosa denunciou ainda ter sofrido assédio moral por parte de Ibson. “Chegou a me perguntar qual era o valor do meu Pix para eu deixar o CSE”, afirmou. Ele também declarou que sua assinatura teria sido falsificada em contratos que previam bônus por conquistas, algo que será apurado na Justiça.

Outro ponto destacado foi a suspeita de má gestão de recursos e inflacionamento nos contratos firmados pela atual diretoria. Barbosa garantiu que há dinheiro seu investido no clube e disse não saber se conseguirá reaver.

Falta de pagamentos e abandono financeiro

Roberval Cavalcante, que atuava na direção de futebol, lamentou os desentendimentos e detalhou a situação financeira crítica. Segundo ele, a folha de pagamento de março e a premiação da Copa Alagoas ainda não foram quitadas, assim como as rescisões de atletas e pagamentos a fornecedores.

Outro ponto polêmico foi o contrato de patrocínio com uma casa de apostas (Bet), firmado na temporada passada. Barbosa afirmou que, apesar do acordo, o clube não recebeu “absolutamente nada”.

Com a saída dos vices Victor Ferreira e Joel Araújo, que pediram exoneração após serem alertados sobre a situação, e com a gestão da conta oficial do Instagram do clube sendo feita sem autorização, segundo o advogado Zenicio, o CSE vive um momento de crise institucional profunda.

A expectativa agora gira em torno das providências judiciais que deverão ser tomadas nos próximos dias, à medida que os documentos forem oficializados.