Política

Bolsonaro: YouTube retira do ar live transmitida em canal do filho

Perfil do presidente no YouTube foi suspenso por uma semana após falas sobre HIV, mas Bolsonaro tentou burlar punição

Por R7 29/10/2021 21h09
Bolsonaro: YouTube retira do ar live transmitida em canal do filho
O canal do presidente foi punido pelo YouTube pela associação da vacina contra Covid com o vírus do HIV - Foto: Reprodução

O YouTube removeu a live do presidente Jair Bolsonaro, realizada na tarde de quinta-feira (29), após ele usar o canal de um dos filhos, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), para transmitir a gravação ao vivo aos usuários da plataforma, desrespeitando a punição imposta pelo site devido ao episódio em que ele afirmou que as vacinas contra a Covid-19 podem transmitir HIV, vírus causador da Aids.

De acordo com o YouTube, como o canal do chefe do Executivo está suspenso desde segunda-feira (25) por uma semana por causa das falas sobre a Aids, o presidente não poderia ter burlado a restrição.

"O YouTube removeu a live do presidente Jair Bolsonaro publicada pelos canais Pingos nos is e Carlos Bolsonaro por violar nossas diretrizes, que proíbem conteúdos de criadores que estejam sob alguma restrição", explicou a plataforma, em comunicado à imprensa.

"O canal do presidente Jair Bolsonaro segue temporariamente suspenso, impedido de enviar vídeos com novos conteúdos ou fazer transmissões ao vivo, de acordo com a nossa política de alertas e avisos", acrescentou a empresa.

Na semana passada, Bolsonaro relacionou a vacina contra a Covid-19 ao desenvolvimento da Aids. "Relatórios oficiais do Governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados estão desenvolvendo a síndrome de imonudeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto", disse o chefe do Executivo.

Em nota, o Comitê Científico de HIV/Aids da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) afirmou que "não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra a Covid-19 e o desenvolvimento de síndrome da imunodeficiência adquirida".

Além disso, a entidade ressaltou que pessoas que vivem com HIV/Aids devem ser completamente vacinadas contra a Covid-19 e reforçou a necessidade de que pessoas nessa situação recorram à dose de reforço. "Repudiamos toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente", finalizou.