Polícia

Reprodução simulada do caso Gabriel Lincoln é marcada para 15 de julho

Reprodução do caso será parte importante para o andamento das investigações e conclusão do inquérito

Por 7Segundos 26/06/2025 15h03 - Atualizado em 26/06/2025 17h05
Reprodução simulada do caso Gabriel Lincoln é marcada para 15 de julho
Gabriel Lincoln Pereira da Silva morreu após ser perseguido e supostamente ter trocado tiros com policiais, segundo a PM - Foto: Reprodução/Redes sociais

A reprodução simulada do caso Gabriel Lincoln, adolescente de 16 anos morto no dia 3 de maio durante abordagem policial na cidade de Palmeira dos Índios, Agreste de Alagoas, foi marcada para o dia 15 de julho, no mesmo local e hora da morte do adolescente.

A reconstituição vai contar com a presença de peritos criminais, testemunhas, delegados da Polícia Civil e representantes do Ministério Público Estadual, além dos advogados que representam os envolvidos.

A morte de Gabriel Lincoln gerou uma grande repercussão e comoção nas redes sociais, além de protestos nas ruas. 

Na versão apresentada pela Polícia Militar, o adolescente foi morto após ter desobedecido a uma ordem de parada da guarnição policial depois de ter empinado a moto e ter avançado um semáforo na cidade, tendo em seguida, sacado uma arma e atirado contra os policiais. Diante disso, de acordo com os militares, foi necessário revidar atirando contra o adolescente. Gabriel chegou a ser socorrido e levado até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade, mas não resistiu. 

Já a família de Gabriel Lincoln contesta a versão da polícia e diz que o jovem nunca havia chegado perto de uma arma de fogo. Além disso, eles também relataram que foram impedidos de acompanhar o atendimento durante o socorro do jovem.

O pai da vítima, Cícero Pereira, comemorou a marcação da reconstituição. 

"É uma luta danada. A gente está um pouco aliviado [com a reprodução]. Estávamos ansiosos para esse momento acontecer", disse, em vídeo enviado a uma emissora de TV de Maceió.

A comissão de delegados que acompanha o caso também aguarda o resultado do exame residuográfico, que busca identificar se havia pólvora na arma apreendida com o menor. Segundo o delegado Alexandre Leite, diretor da DPJ3 (Diretoria de Polícia Judiciária da Região 3), a arma possui número de registro, mas não está cadastrada no sistema da Polícia Federal.

Leite também ressaltou que o resultado do exame pode ter sido prejudicado pelo tempo decorrido entre a apreensão e a coleta do material, que foi superior a 36 horas. Ainda assim, o laudo é considerado essencial para esclarecer pontos cruciais do inquérito.

Em entrevista ao programa Fique Alerta, da TV Pajuçara/Record, o delegado João Paulo Canuto afirmou que a fase de depoimentos foi concluída e que ao todo, 15 pessoas já foram ouvidas, entre elas os policiais envolvidos na ocorrência.

A expectativa é de que, com a reconstituição e a conclusão dos laudos periciais, o inquérito ganhe novos elementos para definir os rumos da investigação.

Os policiais militares envolvidos na abordagem foram afastados das ações ostensivas nas ruas e passaram a atuar na parte administrativa, de acordo com o protocolo que é adotado pela corporação em todo caso de abordagem em que ocorre morte.