Iran Silva

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Iran Silva

Brasil, país dos cotistas?

12/11/2013 13h01

Alguns dirão ser ‘politicas compensatórias’, ‘correção de erros históricos’, ‘politicas afirmativas’... E outras explicações ideológicas. Mas será que se promove igualdade com as cotas?

Como se não bastasse infringir aos que se declaram negros (pelo simples fato de terem a pele mais escura) a separação nas universidades, agora, surge propostas de cotas para o legislativo e serviço publico.

E como acontece, quando surgem essas politicas que considero medidas populistas, me vem uma serie de duvidas, e que quero compartilhar com você, amigo leitor.

Será que se a educação deste país fosse de qualidade, precisaríamos ter vantagens em detrimento de outros, por conta da cor da pele?

Será que se tivéssemos um governo que promovesse ações reais e menos populistas, teríamos um país dividido por raça?

Precisamos de legisladores negros, para podermos nos sentir representados?

O que garante que a eficiência no serviço publico, vai começar agora, com os negros nas repartições publicas?

Se essas politicas compensatórias levam em conta a cor da pele como raça, o que dizer para os amarelos, os índios, os brancos, ou outros no universo da miscigenação brasileira? (merecem ou não, cotas?)

Acho que o governo provoca mais segregação que igualdade com essas medidas, pois tira de uns, e ‘compensa’ a outros. Haverá sempre alguém injustiçado. E creio eu, que essa igualdade, só seria promovida com oportunidades iguais para todos, não com a dicotomia.

O sistema de cotas começa a produzir aberrações inimagináveis, por exemplo. O ENEM teve um numero maior de negros e pardos, autodeclarados, que os números do IBGE... Ou seja, criou-se mais um jeitinho brasileiro de levar vantagem sobre alguém. E esse jeitinho no caso, é se autodeclarar negro/pardo.

Mas, nos mesmos números do IBGE, a população que se declara branca já é minoria. Ou seja, daqui a algum tempo, teremos que ter politicas compensatórias para a minoria branca...

As cotas para o legislativo, dentro de mais algum tempo, (se for aprovadas) terá que ser revista, pois o loteamento das vagas tem que atingir às outras ‘cores e raças’, se não, será preconceito ou racismo. Na verdade, o que menos importa, neste caso, é a vontade do eleitor refletida no voto, já que teremos candidatos eleitos por força da lei, e não do voto popular.

No caso do serviço publico, enterraremos de vez, a meritocracia e elegeremos como suprassumo da eficiência, a cor da pele. O que de nada adiantará a filtragem que é feita com base no mérito e no esforço pessoal, quando se tem a vantagem dada pela ‘compensação histórica’.

Com Educação de baixo nível, Legisladores sem escrúpulos, Serviço publico ineficiente, será essa a solução para os problemas que verificamos serem recorrentes em nosso país?

O que vejo é um nivelamento por baixo na tentativa de solução dos problemas do país. Ao se tentar evitar a causa, minimizam-se as consequências, mas o problema ainda persiste. O que dizer a um branco pobre, que vive no mesmo ambiente hostil que outro negro, que ele não tem cotas?

Acho que para cada ação ‘compensatória’, outra tem que ser criada, pois fere o principio da igualdade, descrito na constituição.

Definitivamente, seremos o país dos cotistas.  

Sobre o blog

Aquariano, funcionário do Ministério da Saúde e universitário do curso de História da UNEAL. Natural de Arapiraca.

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