Clau Soares

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Clau Soares

As vidas - do infrator e da vítima- perdidas pela violência

17/02/2014 19h07

Sair de casa sem o medo de ser assaltado ou sofre qualquer outro tipo de violência é quase impossível para quem mora em Arapiraca, ou melhor, em Alagoas. Todos os dias somos informados, pela mídia ou por qualquer outro meio, de que mais alguém foi vítima de algum tipo de crime.

Entre as ocorrência, os roubos são cada vez mais freqüentes. E eles acontecem a qualquer hora, em qualquer lugar. Semana passada (13/02), um caso de roubo de veículo no bairro Alto do Cruzeiro mostrou o quanto a prática desse crime se tornou fácil para os delinquentes. Os criminosos simplesmente não têm medo de cometer o assalto, de serem detidos ou linchados.

Neste caso específico, uma estudante estava indo para a universidade, por volta das 19h30, quando dois adolescentes (ela disse que eles pareciam ter não mais que 13 anos) conseguiram interceptá-la e roubar a motocicleta que ela conduzia, na esquina da portaria da instituição de ensino superior. Minutos depois, entre soluços, ela contou que havia economizado para comprar aquele bem e que, provavelmente, não o veria mais.

(Os garotos chegaram a apontar uma arma para cabeça dela, fugiram com o veículo e ainda saíram usando o capacete da universitária).

Uma situação que desperta revolta, dor, raiva, não apenas na vítima direta, mas em quem também se enxerga como o próximo alvo.

Difícil ainda é deixar de concluir que o trabalhador, o estudante virou refém de menores que se acham na liberdade de cometer qualquer ato delituoso porque sabem que a lei vai beneficiá-los. Não defendo, de forma alguma, que haja uma revanche contra eles, mas, sim, que se procurem meios de colocar esses meninos onde deveriam estar: na escola, longe da criminalidade.

Costuma-se dizer que falta policiamento. Claro que essa é uma vertente da segurança que deve funcionar bem, mas é urgente elaborar e implantar políticas sociais efetivas que mostrem ao menor que ele tem outra opção. E não adianta nada ir dizer a ele que ele pode mudar quando já está em algum centro de recuperação. O trabalho precisa ser feito antes.

Estamos, definitivamente, falhando. E isso precisa ser revisto com mais seriedade. Não adianta oferecer uma recuperação a quem já aprendeu, por conta própria, que a vida nas ruas é a vida mais fácil. Neste cenário, o que vemos são jovens que acabaram de sair da adolescência – ou nem saíram- morrendo por causa de algum envolvimento com o universo da ilegalidade.

Não precisamos ser testemunhas de mais roubos, mais mortes, de mais pessoas perdidas por causa do tráfico de drogas, precisamos ser agentes de mais transformações.

 

Sobre o blog

Jornalista, especializada em Comunicação Empresarial. Assessora de comunicação. Interessada em cultura digital, empreendedorismo e pessoas.

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