Clau Soares
O perigo das redes sociais
Em tempos de compartilhamento universal, as atitudes dos indivíduos devem ser sempre repensadas antes da prática (e do registro em vídeo, áudio ou imagem). Técnicos de enfermagem, em Maceió, tornaram-se esta semana em mais um exemplo deste novo contexto social.
Em meio a uma brincadeira com colegas de trabalho, um vídeo foi gravado no qual um técnico, em tom jocoso, ironizava a precursora da profissão – a Florence Nightgale - e algumas rotinas da profissão. O resultado foi a demissão dele (ele trabalhava no Hospital Geral do Estado) e de outra colega que também aparece, além da instauração de processo administrativo contra uma enfermeira que aparece ao fundo da gravação.
O vídeo foi, a princípio compartilhado no Whatsapp, mas logo vazou para as demais redes sociais, como o Facebook. Pouco depois, surgiu a enxurrada de “avaliações”. Os julgamentos. Uns o criticaram, outros defenderam. A situação tornou-se séria, porém, quando a direção do HGE tomou ciência do caso, seguido pelas entidades representantivas dos profissionais de Enfermagem.
O próprio técnico tentou se explicar, mas o estrago já estava feito. Ao criticar a precursora da Enfermagem, ainda que por brincadeira (o que fica óbvio no vídeo), o profissional despertou a ira de outros colegas de profissão que declararam indignação diante do fato.
A Enfermagem é, sem dúvidas, essencial em qualquer unidade de saúde do sistema atual. Não há questionamentos sobre isso. O fato é que a “brincadeira” da turma do HGE caiu nas redes sociais e, com isso, provocou uma exposição absolutamente desnecessária das pessoas que estão no vídeo. Se a brincadeira não tivesse saído dos corredores do hospital, provavelmente, a polêmica não teria sido tão expressiva e, certamente, o técnico ainda estaria empregado.
Ao produzir qualquer material, é realmente imprescindível que o indivíduo avalie se aquilo vai ter alguma repercussão, seja para sua vida pessoal, profissional ou para qualquer outra “questão social” envolvida. As redes sociais são hoje verdadeiras vitrines, todos estão expostos aos “julgamentos” alheios sejam estes justos ou não. E é aí que está o perigo.
Sobre o blog
Jornalista, especializada em Comunicação Empresarial. Assessora de comunicação. Interessada em cultura digital, empreendedorismo e pessoas.Arquivos
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