Quando setembro chegava era sinônimo de que as manhãs e as tardes seriam mais agitadas. Era o início da temporada dos Jogos da Primavera, hoje, Jogos Escolares. Em Arapiraca, este foi um momento social dos mais relevantes. Afinal, nas quadras os estudantes se encontravam para dançar, conversar, paquerar e, quando dava tempo, torcer pelo time da escola. Tudo transcorria de forma tranquila e saudável.

Lá se vão mais de dez anos e as lembranças continuam felizes. Por isso, foi com imensa tristeza e indignação que li a notícia de que um grupo de jovens estaria utilizando drogas durante as partidas no Ginásio João Paulo II, na edição deste ano dos jogoss. E pior: quando o segurança do local tentou impedi-los da prática imoral, os estudantes agrediram o profissional.
A confusão resultou na suspensão imediata dos jogos. E nisso só há perdas para todos: professores, pais, estudantes, gestores públicos.

Embora a falta de segurança tenha sido apontada como a falha causadora do transtorno aponto um aspecto que considero relevante para a questão: que jovem é esse que vai aos jogos escolares para usar drogas e promover a violência?

E continuo nos questionamentos: estaríamos agora diante de uma geração perdida? O que está faltando na educação desses jovens? Eles têm acesso à escola, às informações sobre a violência, a toda a gama de dados ofertados na internet e ainda assim optam pelo comportamento que os prejudica e que também prejudica a sociedade na qual estão inseridos. O que está acontecendo com nosso filhos?

Daqui a uns dez anos, serão esses jovens, no futuro, adultos, que irão ocupar cargos e funções que hoje ocupamos. Eles estarão preparados?

É este um assunto amplo, preocupante e que merece uma atenção mais firme da sociedade. Afinal, ainda que houvesse mais segurança (policiais militares, armados), estes mesmos menores (suponho apenas que eram menores) não dariam um ‘jeitinho’ de arrumar confusão? Seria, portanto, este um momento de revermos que valores estamos passando aos nossos jovens? E reagirmos de alguma forma?
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No mais, fica o desejo de que os estudantes de hoje possam ter jogos escolares tão divertidos e saudáveis quanto foram aqueles eventos outrora em nossa querida Arapiraca.