Marco Aurélio foi Imperador Romano e filósofo. Diz a lenda que ele, ao caminhar por entre os comuns de seu povo, nos mercados populares, tinha a seu lado um criado com uma única missão: caminhar com ele e ir sussurrando no seu ouvido a seguinte frase: “VOCÊ É APENAS UM HOMEM!”. Essa providência visava livrá-lo das tentações de acreditar na infalibilidade e em toda bajulação que o cercava, e mantê-lo com os pés no chão diante de tantos elogios que recebia.

Pois bem. Se há entraves, e uma falta de norte na atual administração, deve-se ao fato também, de termos uma Câmara Municipal omissa com relação ao seu papel institucional.

Mais do que ninguém, o vereador eleito democraticamente sabe o que pode e o que deve ser feito.

Atrevo-me a lembrar aos nobres Edis que a principal função do Poder Legislativo Municipal é “legislar, ou seja, elaborar e aprovar as leis que irão reger a vida do município, além de FISCALIZAR sua aplicação e as demais ações desempenhadas pelo EXECUTIVO. No entanto, na condição de agente político e representante do povo, o vereador deve manter contato permanente com os diferentes segmentos da sociedade, escutando e dando voz a suas demandas e interesses. ” (será?).

O que não quer dizer que os interesses do povo sejam simplesmente contratos de trabalho como moeda de barganha. Há outras inúmeras demandas.

Além de constituir um canal entre o poder público e os moradores da cidade, cabe ainda ao Legislativo “fiscalizar o Executivo, por meio de requerimentos, de vistorias e inspeções e criação de Comissões Parlamentares de Inquérito para apuração de possíveis irregularidades. A Câmara também confere as contas da Prefeitura e da própria instituição, juntamente com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), verificando a aplicação dos recursos municipais, a realização das diretrizes orçamentárias e o alcance de metas previstas. ”.

As Câmaras Municipais têm papel essencial no exercício da democracia, mesmo existindo oposição.

Enquanto os vereadores se mantiverem na corda bamba, não vejo perspectiva de melhoramentos em curto prazo. Indago, os vereadores são eleitos como representantes do povo, ou tão somente para ser suporte do Executivo?

Pelo que se apercebe, nem tudo é unanimidade. Surge uma voz dissonante na Casa Herbene Melo e pelo que se constata na reportagem, <http://7segundos.ne10.uol.com.br/index.php/noticia/2015/01/21/essa-crise-e-apenas-consequencia-dos-problemas-dessa-gestao-afirma-vereadora> a vereadora Aurélia Fernandes está se tornando uma voz dissonante nesta melodia enfadonha que vem sendo cantada nestes dois últimos anos.

Pergunto: Seria a vereadora a única que está contra Arapiraca por dizer em plenário, o que realmente se passa na condução da atual gestão? (se erros são apontados, o caminho é a correção).

Seriam os discursos proferidos em tribuna desejo do quanto pior melhor? (em um cenário pior, todos perdem, inclusive os políticos).

Ou a vereadora está cumprindo com o seu papel de legislador e principalmente, fiscalizador do Executivo? (nem só de concordâncias se faz uma boa administração).

Torço para que s Aurélia Fernandes se junte outras vozes dissonantes em prol de uma Arapiraca melhor. E essa melhoria acontecerá, também, com o surgimento de uma oposição atuante. Aguardemos, pois, os próximos acontecimentos.

Esta é minha opinião!