Homem do Campo

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A cultura do Fumo e suas evoluções em Arapiraca

02/03/2015 10h10
A cultura do Fumo e suas evoluções em Arapiraca

Planta da família das Solanáceas, o tabaco (Nicotiana tabacum), teve origem nas Américas, onde era cultivada pelos indígenas. Uma das hipóteses mais prováveis é a de que a planta teria surgido nos vales orientais dos Andes Bolivianos, difundindo-se pelo território brasileiro através das migrações indígenas, sobretudo das nações Tupi-Guarani.

A produção de tabaco no Brasil ocupou, inicialmente, áreas reduzidas e concentradas entre Salvador e Recife, no Recôncavo Baiano. Na primeira metade do século XVII, o tabaco produzido naquela Capitania ocupou papel importante na carteira comercial de produtos oferecidos para exportação. O cultivo e comércio durante o período colonial passou a ter importância destacada, a ponto de ainda no decorrer do século XVII o sua comercialização passar a figurar entre os principais produtos exportados durante o período do Império Português no nosso país.

Em Arapiraca, a cultura do fumo teve início no final do século XIX, dividindo-se em 4 estágios evolutivos. No primeiro estágio era plantada em currais, dando origem a expressão “curral de fumo”.

No segundo estágio, no início deste século, eram plantadas nos chamados “baixios”. Semeava-se o fumo nos currais e, após determinado tempo de crescimento, era transplantada para canteiros nos referidos “baixios”.

No terceiro estágio, no início do século 20, a cultura passou a se desenvolver com mais intensidade, a semeadura passou a ser feita em terrenos mais altos (chã) e deu-se início a utilização de estrume de gado como forma de adubação.

Em 1924, Arapiraca, já emancipada politicamente, apresenta notável desenvolvimento, a produção do fumo do município abastecia as cidades circunvizinhas, transportadas, em tropas de burros. Nesta época ocorrem inovações na preparação do fumo em rolo, introduzindo utensílios de madeira, até então desconhecidos na região, para a preparação do fumo em rolo, e secagem das folhas, que até então era feita à sombra dos cajueiros, passou a ser em sequeiros. Métodos esses ainda empregados pelos fumicultores de Arapiraca.

Em 1928, o fumo em rolo era vendido pela primeira vez, para fora do Estado.
Em 1945, surgem os armazéns para compra de folhas, a primeira fábrica de charutos, a “Fábrica de Charutos Leda”.

Em 1949, foi fundado o Clube dos Fumicultores de Arapiraca, por José Lúcio de Meio
Em 1950, se instala em Arapiraca a primeira firma internacional, a Exportadora Garrido dirigida por Galeno.

A partir daí, com o desenvolvimento da cultura, ocorre o quarto e último estágio, substituição do adubo orgânico (estrume) por adubo químico (tortas, salitre, entre outros).