Fábio Lopes
O silêncio da presidente e o escravo trabalhador
Está confirmado: a presidente Dilma Rousseff, do apoteótico PT, não vai mesmo se pronunciar neste 1º de maio – Dia do Trabalhador.
E não será por medo do panelaço, que poderia acontecer durante o pronunciamento de Vossa Excelência, uma vez que ela nem estaria aí pra essa manifestação pacífica da população.
A presidente Dilma Rousseff não mesmo se pronunciar porque, na verdade, ela não tem o que comemorar pelo 1º de maio e nem tampouco o que falar para a nação brasileira.
Isso mesmo. Dilma não tem o que falar. Falar o quê?
Que o Banco Central concedeu aumento dos juros de meio ponto percentual (0,05%) saindo dos atuais 12,75% para 13,25%?
Ou Vossa Excelência iria dizer que caiu o crédito para a compra da casa própria, pela primeira vez em 13 anos, e que a aquisição de imóveis pela população também caiu?
E que as obras do programa assistencialista “Minha Casa, Minha Vida” estão paradas em diversos estados brasileiros, a exemplo do Rio Grande do Norte?
E das casas que estão sendo depredada aqui em Arapiraca, no Residencial do Agreste, em que as famílias não ocuparam seus imóveis e outras pessoas invadiram e furtaram os objetos das casas, além da destruição que deixaram em muitos imóveis?
Ou será que Vossa Excelência iria se pronunciar em relação ao aumento do desemprego que ameaça, diariamente, a vida das famílias brasileiras?
Em Arapiraca a geração de emprego teve alta e a cidade foi destaque do Ministério do Trabalho, sendo a 12ª do ranking das cidades que mais abriram postos de trabalho. Orgulho pra nós aqui.
Mas nem todos estão satisfeitos com o trabalho adquirido. O trabalhador luta para conquistar uma vaga no mercado de trabalho e se submete a situação análoga à escravidão. É o escravo trabalhador.
Escravo trabalhador
É o que estamos vendo pela classe trabalhadora que levou seu currículo para o Sine em Arapiraca. Enfrentou fila, passou pelo processo desgastante de entrevista de emprego e quando conseguiu o emprego se ver numa condição estressante e humilhante de um escravo trabalhador.
É o que acontece com os funcionários da empresa AeC, de Call Center, e o caso foi relatado na sessão ordinária da Câmara de Vereadores na noite dessa quarta-feira (29), pelo vereador Edivânio do Zé Baixinho, do Partido Republicano da Ordem Social (PROS).
Funcionários que trabalham os 30 dias do mês e vê seu salário achatado com descontos de até R$ 300,00, sem saber do quê e sem ouvir qualquer explicação por parte da empresa. Isso lá é dignidade profissional?
Seria sobre isso que a presidente Dilma Rousseff iria falar para a população desse país que não agüenta mais ver a corrupção como o caminho fácil de enriquecimento ilícito por parte dos políticos?
Ou seria sobre o prejuízo anunciado pela Vale, uma das maiores mineradoras do mundo e que é “nossa”, brasileira, que acaba de divulgar um amargo prejuízo de R$ 9,5 bilhões no primeiro trimestre deste ano?
Veja só você o prejuízo que a corrupção trás para o Brasil. Todos os setores ficam desestabilizados. E ainda temos o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, dizendo que não disse que há obras paradas no país e quem disse isso foram os jornalistas.
Ele disse, no Senado, que não sabe nem quanto tem de dinheiro nos cofres do ministério. Imagine só, caro leitor.
O que temos que comemorar neste 1º de maio? Os jornalistas alagoanos que trabalham em Maceió se vestiram de preto protestando por um salário justo.
É a realidade da nossa categoria. Nem o piso salarial se paga por aqui. Um ou outro acolá deve ganhar os atuais R$ 2.833,93, divulgado pelo Sindjornal, o sindicato da classe.
Vossa Excelência, um conselho: fique calada mesmo. Será melhor. Vamos ficar em casa com a família nesse feriado e domingo tem final de campeonato no futebol brasileiro.
O silêncio da presidente e o escravo trabalhador.
Sobre o blog
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Assessor de comunicação da SMTT Arapiraca, professor de Comunicação e Expressão do Senac Arapiraca. Blogueiro com experiência em TV, Rádio, Impresso, Online e Assessoria de Comunicação nos Estados de AL, PE e MA.
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