Fábio Lopes
?Ideologia de Gêneros?: seria respeito à condição sexual de cada um?
Confesso que fiquei estarrecido pela forma como a Rádio 96 FM tratou sobre o tema “Ideologia de Gêneros” no programa “Show de Notícias” desta terça-feira (16), levada por um grupo de pessoas, e repercutido no programa “Canal 96” no mesmo dia.
O tema levou em consideração o Plano Nacional de Educação (PNE), que há anos trata as diretrizes que o País conduzirá a educação.
O novo PNE tem 20 metas e seus anexos e está calcado na Lei 13.005/2014 com 14 artigos.
Nenhuma meta e nenhum artigo se referem à “Ideologia de Gêneros”. Nenhum.
Sobre a palavra “sexual” encontrei na Meta 7 que tem o seguinte objetivo: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o Ideb.
Em seguida coloca as metas do Brasil para o Ideb que é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, no sentido de melhorar os indicadores baseados na melhoria educacional levando em conta o ensino e a aprendizagem em sala de aula.
As metas do Ideb vão até 2021 para os anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio.
A Meta 7 tem 36 estratégias. A palavra “sexual” está apenas na estratégia 7.23 que temo seguinte termo:
“Garantir políticas de combate à violência na escola, inclusive pelo desenvolvimento de ações destinadas à capacitação de educadores para detecção dos sinais de suas causas, como a violência doméstica e sexual, favorecendo a adoção das providências adequadas para promover a construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade”;
Em nenhum momento afirma sobre “Ideologia de Gêneros” e que o Estado, por meio da escola, vai induzir às crianças, ou melhor, os alunos, a seguirem orientação sexual de ser hétero, homossexual, bissexual ou transgênero, como foi amplamente divulgado.
E o que é pior: a população “engoliu” como uma verdade. É tanto que só se falava em frequentar o mesmo banheiro da escola. Se o banheiro é masculino uma “lésbica” poderia frequentá-lo, assim como um “gay” poderia frequentar o banheiro feminino. A verdade não é esta. E ainda disseram que não são contra a homossexualidade de ninguém. Pelo Amor de Deus, com “A” maiúsculo mesmo.
Li um artigo de Sílvio Teles sobre “Ideologia de Gênero” em que ele fala sobre essa divulgação nas redes sociais e nos veículos de comunicação de massa até mesmo por pessoas com relevante grau de instrução.
Essas pessoas proliferam que a “Ideologia de Gênero”, uma onda ideológica que iria se alastrar nacionalmente, por meio dos planos estaduais e municipais de educação, a qual, nas escolas, iria doutrinar as crianças de que elas não têm formação sexual definida, que meninos e meninas podem “escolher” que identidade de gênero e até orientação sexual seguir.
É bom esclarecer que a sexualidade humana é formada por três esferas: sexo, gênero e orientação sexual.
Sexo é o que conhecemos por macho e fêmea – é algo biológico, definido pelo organismo. Exemplo: homem e mulher.
Gênero é a construção psico-cultural do universo “masculino” e do universo “feminino”. Exemplo: azul é cor de home e rosa é cor de mulher.
Orientação sexual é a atração afetiva para o sexo. Se essa atração parte de uma pessoa para outra do sexo oposto, tem-se os heterossexuais. Se para o mesmo sexo, tem-se os homossexuais. Se para ambos os sexos, tem-se os bissexuais.
Sílvio Teles diz ainda que “ninguém transfere ou ensina a alguém a gostar do que não gosta”.
Portanto, não há nada de construção de uma nova sociedade baseada em estímulo sexual, incesto, masturbação, pedofilia, zoofilia, etc. etc. etc.
A orientação do Plano Nacional de Educação e da proposta dos planos estaduais e municipais é uma só: menos violência, mais tolerância e mais respeito. Inclusive à diversidade humana.
O que temos que pregar é o respeito a todos. Essa responsabilidade é de todos nós.
Sobre o blog
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Assessor de comunicação da SMTT Arapiraca, professor de Comunicação e Expressão do Senac Arapiraca. Blogueiro com experiência em TV, Rádio, Impresso, Online e Assessoria de Comunicação nos Estados de AL, PE e MA.