Fábio Lopes

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Fábio Lopes

Ideologia de Gênero: não se exclui o que nunca existiu

23/06/2015 13h01

O termo Ideologia de Gênero nunca existiu no Plano Municipal de Educação. Desta forma não poderia ser excluído. Ele não foi aceito, mas não foi excluído.

Matéria no próprio site oficial da Prefeitura de Arapiraca (foto ao lado sobre o encontro com representantes) reafirma esta situação criada por evangélicos que nunca foram comprometidos com a educação brasileira.

Os representantes da Associação de Pais Protejam Nossos Filhos induziram que existira doutrinação sexual para os alunos. Esse absurdo jamais foi pensado por educadores responsáveis com o norteamento da educação brasileira.

Em entrevista a Rádio 96 FM na terça-feira, dia 16 de junho, famílias participaram da entrevista, induzidas pelos membros da associação, repugnando a presença de homossexuais nas escolas e a frequentarem o mesmo banheiro das meninas ou dos meninos.

Como pode uma irresponsabilidade dessas? Então quer dizer que uma criança já seria um homossexual ou travesti frequentando a escola e compartilhando do mesmo banheiro que uma menina normal ou um menino normal frequentaria? Normal para quem não seria homossexual: seria mesmo um termo adequado?

O que passaram naquela entrevista foi uma inverdade absurda. E as pessoas que participaram do programa, naquela manhã, entraram na onda por não terem o conhecimento da verdade do fato. O conhecimento do plano.

O que ficou daquela assombrosa entrevista dos escribas foi que o banheiro das escolas seria frequentado pelos homossexuais indistintamente para os banheiros dos meninos e das meninas. Nunca se viu isso e nunca existiu isso.

O que se trata, na verdade, no Plano Municipal de Educação, é sobre o respeito à diversidade. E esse respeito não foi retirado e não deve ser.

O respeito à sexualidade, à cor, poder aquisitivo ou de orientação sexual. Até porque o objetivo do documento educacional é garantir direitos iguais e ensino de qualidade.
O ensino de qualidade é para todos. E tem que ser sempre.

Conversei, por telefone, com a subsecretária municipal de Educação, Patrícia Pereira, que me confirmou que não existia esse termo Ideologia de Gênero no Plano Municipal de Educação.

No entanto, ela me pediu para ligar para a secretária Maria Gorete, mas, não obtive sucesso na ligação.

A matéria no site da Prefeitura de Arapiraca não deixa dúvida de que é no planejamento da formação do professor, do educando que inclui estudos sobre como lidar com as questões da sexualidade e diversidade, para que os educadores saibam lidar com todos os tipos de situações em sala de aula.

 

Você, caro leitor, pode confirmar por este link http://www.arapiraca.al.gov.br/v3/noticia.php?notid=8780

Além disso, o estudo sobre sexualidade não aparece na educação infantil na formação dos professores, apenas em relação a temáticas como violência contra a mulher, diversidade indígenas, idosos e afrodescendentes.

Essa é a verdade do Plano Municipal de Educação, assim também como é do Plano Estadual de Educação. Esses dois baseados no que norteia o Plano Nacional de Educação.
O que não se pode permitir é que pessoas interessadas em deturpar a questão da orientação sexual tenham o direito de expor um pensamento unicamente, sem que haja espaço para ouvir o outro lado. Sem que haja democracia.

Isso foi o que aconteceu durante àquela entrevista.

Sou veemente neste fato por defender a democracia brasileira e o direito de quem quer que seja a se defender e a falar a verdade.

Até porque os planos educacionais são elaborados de forma participativa e não imposta. Com a participação da Secretaria Municipal de Educação, incluindo conselheiros educacionais e tutelares inclusive.

Além de professores, diretores, coordenadores, especialistas em educação, sindicalistas, servidores, estudantes e pais de alunos em uma construção democrática como política pública de Educação.

Isso sim é democracia e deve ser ensinada aos que dela nada sabem e a não exercem com dignidade e justiça.

O PME tem 20 metas, todas em consonância com as diretrizes já elencadas e que entrará em vigor de 2015 a 2025.

O objetivo do Plano é superar desafios como: erradicar o analfabetismo; universalizar o atendimento nas escolas; melhoria da qualidade do ensino; promoção da sustentabilidade socioambiental; promoção humanística, cientista e tecnológica; formação integral do ser humano aliada com a formação para o trabalho; valorização dos professores; difusão dos princípios de equidade, do respeito à diversidade e gestão democrática da Educação.

Esse é o respeito que a sociedade brasileira e arapiraquense quer.

Não se pode excluir o que nunca existiu. Essa é a verdade.

O respeito tem que ser para todos.
 

Sobre o blog

Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Assessor de comunicação da SMTT Arapiraca, professor de Comunicação e Expressão do Senac Arapiraca. Blogueiro com experiência em TV, Rádio, Impresso, Online e Assessoria de Comunicação nos Estados de AL, PE e MA.

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