Fábio Lopes
Maceió lidera o pior índice de desenvolvimento do País
A desigualdade em Alagoas é disparada. Pelo menos isso acontece na capital: Maceió. A diferença de renda é abrupta de um bairro para outro.
O que é pior: a pesquisa realizada pela Fundação João Pinheiro divulgada nesta quarta-feira (1º) pelo Pnud – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea – coloca a Região Metropolitana de Maceió em 20ª colocação em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, o IDHM.
Esta colocação coloca a região na lanterna entre as 20 cidades pesquisadas. Os dados da pesquisa são referentes ao Censo do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – de 2010. No entanto, eles foram compilados em 2015 e nos primeiros meses de 2015.
O IDHM é medido por uma escala que varia de 0 a 1. Quanto mais perto de 1, melhor é o desempenho de uma cidade. Maceió alcançou o índice de 0,702, o pior resultado. O melhor foi de 0, 792 em 2010, na cidade de Campinas, interior do estado de São Paulo.
Para chegar a esse índice os pesquisadores levam em consideração indicadores de renda per capita, educação e expectativa de vida.
Renda per capita
A diferença de renda em Maceió é gritante. Por mês ela chega a R$ 4.218,28 entre bairros da capital alagoana. Segundo a pesquisa, a renda de quem mora por lá varia de R$ 214,18 a R$ 4.432,46.
A diferença da renda per capita chega a R$ 4.218,28. Esse é o valor a mais que uma pessoa ganha em relação à outra.
Expectativa de vida
Com relação à expectativa de vida, em Maceió a desigualdade é visível. A diferença é de 14,44 anos de um bairro para outro na esperança de vida ao nascer. Isto quer dizer que uma criança que nasce em um bairro pobre de Maceió possivelmente viverá 14,44 anos a menos que uma criança que nasça em um bairro rico.
O que faz tanta diferença assim? Esse é o questionamento que o próprio governo do estado deveria fazer. Embora ele saiba muito bom a causa dessa mortalidade: a falta da qualidade de vida dessas pessoas.
Pessoas carentes da assistência pública com serviços de qualidade como infraestrutura, saneamento, saúde, educação e segurança pública. Itens prioritários, mas que anos se arrastam e a política não só de Alagoas, mas do Brasil inteiro é assim.
A pesquisa do IDHM faz o levantamento de 200 indicadores socioeconômicos nas regiões metropolitanas. Maceió e mais outras três regiões se juntaram a 16 cidades pesquisadas no ano passado.
Mesmo estando na lanterna entre as 20 cidades, a capital alagoana apresentou em dez anos um crescimento de quase 24%, segundo a pesquisa do Pnud e do Ipea.
Educação e mortalidade infantil
Dois itens essenciais para o desenvolvimento de uma cidade. Em algumas áreas de Maceió, ou das quatro cidades pesquisadas (Vale do Paraíba, Baixada Santista, Campinas e Maceió), mais de 90% das pessoas com 18 anos ou mais possuem o ensino fundamental completo, enquanto em outras áreas esse percentual fica entre 30% e 40%.
Bem abaixo da expectativa educacional. Indicadores que devem ser avaliados pelo atual secretário de Educação de Alagoas, Luciano Barbosa, ex-prefeito de Arapiraca.
Na questão da mortalidade infantil Maceió apresentou 21,60 óbitos por mil nascidos vivos. Já em Campinas esse mesmo índice foi de 12,60 óbitos por mil nascidos vivos.
Outro desafio para a secretária de Saúde, Rozangela Wyszomirska, para tirar Alagoas dessa mortandade.
Que ao menos esses indicadores sejam uma espécie de bússola para nortear os gestores públicos a reverter esses índices alarmantes e vergonhosos de Alagoas.
Sobre o blog
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Assessor de comunicação da SMTT Arapiraca, professor de Comunicação e Expressão do Senac Arapiraca. Blogueiro com experiência em TV, Rádio, Impresso, Online e Assessoria de Comunicação nos Estados de AL, PE e MA.