Fábio Lopes
Agreste: a região mais violenta de Alagoas
A Região Agreste de Alagoas está no ápice da violência no estado.
Arapiraca, considerada a capital da região devido ao número populacional com mais de 220 mil habitantes e pela extensão territorial, figura no topo das cidades mais violentas do interior de Alagoas.
Menores infratores predominam no índice de homicídios na região. Duas mortes violentas foram registradas nesta semana, sem contabilizar os assassinatos que aconteceram nas cidades aos arredores de Arapiraca, como Feira Grande, Coité do Nóia, entre outras.
Além dos homicídios, a população vive assustada com os assaltos a mão armada (menores e bandidos de posse de arma de fogo ou branca (faca e outros objetos cortantes e letais) e furtos em estabelecimentos comerciais e a veículos estacionados nas ruas de Arapiraca.
Crimes de toda a natureza que estão de fora do controle das autoridades alagoanas.
A situação chegou a tal ponto que a própria Igreja Católica convocou a imprensa para relatar furtos e assaltos com agressões a padres nas igrejas da região.
O bispo da Diocese de Penedo, dom Valério Breda pediu ajuda as autoridades e apoio à população. Segundo ele, 13 igrejas já foram alvo dos bandidos e em uma delas um padre foi agredido violentamente.
Faltam policiais
A Polícia Militar reconhece que o contingenciamento da corporação não é mais o mesmo de 2012. Em entrevista a uma rádio local, na manhã deste sábado 25, o comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM), coronel Bittencourt, afirmou está defasado em relação ao número de policiais se comparado ao aumento da população arapiraquense.
A população está de olho, mas a mercê dos bandidos. Um homem chegou a questionar ao vivo em um programa de rádio sobre as motos estacionadas no Batalhão.
O próprio comandante falou à emissora de que não há policiais suficientes para trabalhar nos veículos do grupamento chamado de Rocam – Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas, e que os policiais não são obrigados a trabalhar de moto.
É uma situação que nos deixa em uma faca de dois gumes. Sem saber o que fazer e a quem recorrer. Já que o próprio Estado reconhece sua fragilidade e nada faz para reverter tal situação.
A polícia deve ser bem aparelhada e dar condições dignas e seguras a seus membros. O Estado é responsável para fomentar a corporação e atrair mais cidadãos com a abertura de concurso público, gerando emprego e aumentando o contingente policial.
O governo apresentou ações de combate e enfrentamento à violência com a intenção de amenizar a criminalidade. Mas, pelo que se vê e se sente na pele, as ações ficaram apenas na intenção.
O rapaz da foto ao lado foi vítima de uma armadilha na noite dessa sexta-feira (24), no Planetário Municipal de Arapiraca. Mais um nos índices de homicídios do Agreste.
Que o quadro seja revertido. Caso contrário, não sairemos do topo dos indicadores sociais vergonhosos que nos deixam sem saber o que fazer. Em uma situação vexatória e indefesa.
Que o Estado reaja e cumpra suas obrigações de proteger o cidadão. Como está ninguém aguenta mais.
Sobre o blog
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Assessor de comunicação da SMTT Arapiraca, professor de Comunicação e Expressão do Senac Arapiraca. Blogueiro com experiência em TV, Rádio, Impresso, Online e Assessoria de Comunicação nos Estados de AL, PE e MA.