Fábio Lopes

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Fábio Lopes

Brasil piora em percepção de corrupção

27/01/2016 07h07
Brasil piora em percepção de corrupção

Os escândalos de corrupção na Petrobras e a gama de políticos corruptos pioraram a percepção do Brasil no cenário internacional.

Parece não ter jeito mesmo. É uma vergonha que assistimos calados e nada se faz, mesmo com a ação corajosa de alguns procuradores e juízes, a exemplo de Sérgio Fernando Moro.

De acordo com a organização Transparência Internacional em 2015 o Brasil ficou na 76ª posição no ranking entre 175 países. Em 2014 estava na 69ª colocação.

O país está no mesmo patamar que a Bósnia e Herzegovina, Burkina Faso, Índia, Tailândia, Tunísia e Zâmbia. Nem dá para imaginar o que isso significa em nível de corrupção. Mas, dá para deixarmos incomodados e sem saber o quê.

Para se ter uma ideia, na América do Sul a tabela de honestidade aponta o Uruguai como o país mais tranparente com a 21ª posição no ranking. Em contrapartida, a Venezuela é o pior país deste continente como o mais corrupto, ganha até do Brasil, na 158ª colocação. Cruz credo.

A Transparência Internacional divulga este relatório todos os anos desde 1995. De lá pra cá a situação brasileira só piora. Isso porque o brasileiro não acompanha essa situação e põe na representação política assaltantes disfarçados de boa praça. Esta é a realidade que só poderá ser combatida nas urnas.

O relatório foi divulgado nesta quarta-feira (27).

Para se chegar as primeiras posições de transparência de utilização de recursos públicos, entre outros fatores, os países precisam apresentar os seguintes critérios, de acordo com a ONG:

1º - Alto nível de liberdade de imprensa;
2º - Acesso à informação sobre orçamentos que permite que os cidadãos saibam a origem do dinheiro e como o mesmo é gasto;
3º - Altos níveis de integridade entre os cargos públicos e;
4º - Um Poder Judiciário independente.

Difícil colocar o Brasil nestes critérios porque o que vimos nos estados é um desmando total em relação a tudo isso.

1 - Não temos o alto nível de liberdade de imprensa. Se alguma notícia incomodar a quem quer que seja por aqui logo se manda retirar para o cidadão não saber. Além do comando de políticos nos veículos de comunicação no país. Por isso que a concessão é dada a eles.

2 - Outro ponto difícil de se ter é a informação sobre o orçamento. A origem do dinheiro até sabemos, mas como ele é gasto, ah, isso não é permitido pelos políticos brasileiros. Nem pensar. O Portal da Transparência tenta fazer alguma coisa, mas tenta. Para se ter uma ideia 86 municípios alagoanos nem sinalizam publicar algo nesse sentido.

3 - A integridade que temos entre os cargos públicos é a conivência entre eles para fortalecer ainda mais a corrupção. Isso é uma verdade e sabemos disso.

4 - E por último, nem mesmo a independência do Poder Judiciário é garantida por aqui. Tira-se um, dois e pouquíssimos exemplos de honestidade também. Quando se chega a dinheirama o que se vê é um mergulho no mar de lama.

Ah, quer saber qual é o país mais transparente do mundo e que leva a sério os critérios definidos acima? A Dinamarca. Está em primeiro lugar não só em 2015, mas em anos anteriores também.

Lá a população tem menos percepção de corrupção entre servidores públicos e políticos. É o país mais transparente e ainda assim registrou a 91ª posição no ranking. A tabela vai de 0 (extremamente corrupto) a 100 (muito transparente).

Vamos lá Brasil, sonhar não custa nada. E ter o compromisso do cidadão é uma tarefa árdua para cada um de nós. Bom, o carnaval vem aí.


 

Sobre o blog

Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Assessor de comunicação da SMTT Arapiraca, professor de Comunicação e Expressão do Senac Arapiraca. Blogueiro com experiência em TV, Rádio, Impresso, Online e Assessoria de Comunicação nos Estados de AL, PE e MA.

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